A indústria no Brasil está em processo de liquidação total. No plano de fundo está a crise econômica mundial, agravada pela pandemia de COVID-19. A indústria nacional se depara, neste momento, com a falta na provisão e com a alta dos preços de insumos para a produção. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou um levantamento, no mês de fevereiro, e constatou que 73% das fábricas são atingidas pela crise, em todos 26 setores verificados.
A alta escassez de matéria-prima para alimentar a produção afeta consequentemente o preço desses insumos. Neste sentido, a falta de uma política para a crise no abastecimento da indústria nacional tem levado a falta de componentes eletrônicos, semicondutores, peças de carro, resinas, cimento, aço, algodão, papel, papelão, vidro e plástico. Os setores mais afetados foram as montadoras, indústria de eletroeletrônicos e a indústria farmacêutica.
Até março, o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) tinha acumulado alta de mais de 30% nos últimos 12 meses, os custos para produtores em grande escala correspondem a 60% da inflação, um aumento 42,57% dentro do mesmo período. Apesar da alta do dólar e o aumento do valor de fretes marítimos e aéreos justificarem os índices de inflação, não explica a tendência de desindustrialização que deve se afirmar.
A saída da Ford, LG, SONY entre outras grandes empresas capitalistas do Brasil podem ser explicadas pela reorganização da economia a nível global. A intensificação da crise econômica do capitalismo obriga o imperialismo a se reafirma no mercado mundial, há uma falência generalizada da indústria, somente nos Estados Unidos são 200 mil fábricas. É nesta conjuntura que se acentuam os conflitos com Rússia, China e Irã.
A crise obriga o imperialismo a recuperar para dentro de seus países a parte da economia que havia sido exportada, como no caso dessas empresas que deixaram o Brasil. Por outro lado, outros países mais interessantes para determinados tipos de investimentos receberão aportes. A reacomodação da economia mundial, no marco do neoliberalismo, atingirá fortemente a indústria brasileira, bem como, de outros países atrasados na tentativa de salvar o capitalismo.
No marco geral dessa política, o papel do Brasil na economia mundial voltaria a ser o mesmo da Velha República, mero exportador de soja e outros produtos agrícolas, bem como, minério e petróleo. Em suma, o Brasil passaria a exportar basicamente commodities para que outros países fornecerem o produto final industrializado. É importante ter claro, que no marco do neoliberalismo, mais de um terço da indústria que havia antes do plano real foi destruída.
Para evitar uma desindustrialização ainda maior, será preciso romper com a política neoliberal, uma mudança radical na política econômica, que coloque em questão a estatização de todo sistema financeiro para que se realize os investimentos necessários na indústria nacional. Não será possível superar a crise sem colocar abaixo o golpe de estado no país. É preciso uma mudança independente da burguesia, um governo dos trabalhadores da cidade e do campo. Mobilizar os amplos setores populares por Fora Bolsonaro e Lula Presidente!