Na último período, a “cultura do Cancelamento” se expandiu para todos os cantos da cultura, afetando não apenas membros ativos de redes sociais, como Facebook, Youtube, Twitter; como também celebridades menores e outras figuras culturais e políticas.
O chamado cancelamento é um movimento de internet, Twitter e outros sites, onde pessoas se decidem contra uma generalidade ou particularidade de um artista ou figura especifica, elevando até a máxima potência a demagogia moralista da pequena burguesia com a intenção de destruir, acabar, esquecer, enfim, ‘cancelar’ essas figuras culturais, como cantores, artistas, músicos de todo tipo, escritores, figuras culturais antigas e novas.
Os integrantes destes movimentos retrógrados julgam as obras destes artistas, e muitas vezes baseando-se em alguma ação, má conduta, desacordo de opinião, tentam em massa manipular o consenso de opinião para negativar estas figuras e retirá-las da internet.
Exemplos são diversos, principalmente na música, como nos lembra o Podcast Música de Classe: Chico Buarque foi atacado por exemplo por seu álbum ‘Caravana’ de 2017. O Cantor supostamente cogitou a possibilidade de abandonar a famílias e filho através da letra de sua música, o que levou a uma campanha contra ele. Há pessoas que falam que Buarque não deveria nem fazer música com o eu lírico feminino por exemplo, pois é homem, uma abstração do que é chamado pela esquerda pequeno burguesa de lugar de fala. Chico Buarque é um dos poucos que tem um conhecimento politico mais claro, é de esquerda, apoia o PT, suas músicas na verdade defendem a luta das mulheres através de suas letras.
É um tipo de ataque rasteiro e baixo, concluído depois de uma interpretação simplória e pouquíssimo estudada. Há também o caso da música Mulheres, de Martinho da Vila, que viu identitários modificarem a música para apelar para o público feminino, o que também é um absurdo. São músicas que tem mais conteúdo social genuíno, como as do Chico Buarque, o Funk, Martinho da Vila, que são mais atacadas pelos canceladores, como os identitários.
A censura é a arma moderna do identitarismo, que como demagogia do imperialismo, não hesita em impor sua politica direitista para limpar moralmente as produções culturais que possuem apreciação artística do povo. São estes canceladores que atacam o Funk, por exemplo, por ser muito ‘machista’ e fazer ‘apologia as drogas’.
Musica é arte, e a arte não é feita para ser bonita necessariamente. É mais uma expressão de uma determinada situação social. A apreciação artística é principalmente o fator social, a identificação do público-alvo daquela musica ou criação artística.
É necessário lembrar que a Cultura, como engenho humano, em geral, é uma manifestação, a expressão da realidade imediata dos indivíduos de uma determinada sociedade. Em última instância o objetivo da produção cultural, seja uma música, uma declaração, um vídeo, não é agradar ninguém, e é por isto que a produção cultural precisa permanecer totalmente livre de censura, justamente para que seja possível entender e debater sobre todas as manifestações da sociedade.