Afeganistão

EUA: A crise da retirada

Em meio à crise provocada pela derrota no Afeganistão, EUA tentam prorrogar a retirada das tropas.

Biden é alvo de críticas

Depois do grande fiasco da invasão imperialista no Afeganistão, os EUA admitem adiar a retirada das tropas daquele país, marcada para 31 de agosto. Biden tenta colocar a culpa do caos na própria natureza da situação, como se não houvesse outro jeito. A verdade é que o imperialismo não contava com a insurreição popular e a enorme velocidade com a qual o Talibã chegou a Cabul. O estrago está feito, não importa o que digam, as imagens da fuga desesperada de estrangeiros e aliados do governo fantoche ficaram gravadas nas mentes da população do mundo todo, expuseram a debilidade imperialista e por isso o governo estadunidense tem recebido duras críticas.

Apesar da derrota, não podemos esperar que os invasores abandonem pacificamente suas posições. Biden, o ‘bom samaritano’, está usando como desculpa para a prorrogação da retirada a ‘necessidade de garantir a saída dos cidadãos afegãos alinhados com os EUA’. Chega a ser comovente tamanha preocupação ─ até porque os americanos fugiram em aviões se preocupando em salvar os cães dos soldados, mas atropelando os afegãos que também queriam fugir. O imperialismo tentará minimizar os danos sofridos, e para isso pode apostar na desestabilização do governo recém-formado no Afeganistão, as táticas já são bastante conhecidas: já esboça o financiamento de novos “guerreiros da liberdade”, manifestações; irá impor sanções, bloqueios econômicos, além do bombardeio propagandístico ostensivo da imprensa capitalista internacional.

A crise se instalou e, como se não bastasse, China, Irã e Rússia estão correndo para ocupar o vazio deixado por essa derrota das tropas da Otan na Ásia Central. Enquanto abrem as portas para o diálogo com o novo governo, chineses e iranianos estão também celebrando parcerias no combate à pandemia da Covid-19, mas, é claro, em se tratando de geopolítica os termos dessa cooperação não se encerram aí, podem e vão necessariamente se estender para o terreno militar. O governo iraniano tem elogiado a postura da China com relação à crise nuclear na qual o país foi mergulhado após a retirada unilateral do governo Trump do acordo.

O governo russo, por seu lado, criticou a presença dos EUA no Afeganistão. Segundo noticiou a Sptuniknews, o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, declarou em uma entrevista nesta quinta-feira (19/8) que “Em vez de combater o narcotráfico, durante as duas décadas de controle político-militar do Afeganistão os EUA puseram em prática um projeto para criar um laboratório de drogas em escala global. A produção de opiáceos se multiplicou em mais de 40 vezes”. Não é novidade para ninguém que a CIA controla o tráfico de drogas quando diz que o está combatendo. Como se sabe, utilizam o dinheiro para manter bases secretas, centros de tortura espalhados pelo mundo e financiar guerras sujas, com essa verba que tem a ‘vantagem’ de não precisar passar pela autorização do Congresso.

A luz amarela também já acendeu na União Europeia. Josep Borrel, chefe da diplomacia da UE, alertou que não podem permitir que Rússia e China tomem o controle da situação, pois os europeus seriam colocados em uma posição irrelevante na região.

Como vemos, há uma enorme turbulência no cenário político internacional que expõe a crise monumental do imperialismo. O mais importante é que foi causada pela espetacular chegada ao poder pelo Talibã no Afeganistão, um país extremamente pobre e oprimido por vinte anos de ocupação. Grupos de resistência, como o Hamas, saudaram essa vitória. Isso acende a esperança de todas as nações oprimidas e mostra que, ao contrário do que tentam nos convencer, é possível, sim, derrotar as forças reacionárias do capitalismo.

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