A situação catastrófica na qual se encontra o País é produto direto do golpe de Estado de 2016. O objetivo da burguesia era levar o Brasil exatamente para onde ele se encontra hoje. Uma ditadura cada vez mais aberta, com destruição de direitos políticos e sociais, e a miséria do povo.
A miséria no País não para de aumentar. Na reportagem da Revista do PCO veremos um pedaço dessa situação de fome que atinge as ruas da maior e mais rica cidade do Brasil. Em São Paulo, a situação cada vez pior empurra mais e mais pessoas para uma situação de extrema-miséria.
Não que possamos afirmar que a vida no campo foi boa em algum momento. Mesmo durante os governos do PT a situação dos camponeses e sem-terra sempre foi muito complicada. Mas é inegável, por isso mesmo, que com o golpe de Estado, que deu mais poder para os latifundiários, a situação vem se tornando cada vez mais crítica.
São milhares de camponeses e indígenas assassinados na luta pela terra. Os companheiros da LCP (Liga dos Camponeses Pobres) de Rondônia vem sofrendo com ataques violentos dos jagunços e da polícia.
Essa situação catastrófica deve ser colocada na conta de Bolsonaro? Com certeza. Mas também com certeza não é Bolsonaro nem o único nem o principal culpado pela situação. Mais do que culpado, Bolsonaro é o produto do golpe de Estado.
Quem levou o País a essa situação foi, em primeiro lugar, aqueles que hoje se passam de democratas. PSDB, MDB, DEM, rede Globo e toda a imprensa golpista. São eles os culpados, são eles os pais do bolsonarismo, são eles que colocaram a escória fascista nas ruas, são eles que elegeram Bolsonaro e são eles que dão sustentação ao governo Bolsonaro.
Acreditar que essa escória golpista seria um “mal menor” em relação a Bolsonaro, como defende a esquerda frente-amplista, é ser cúmplice deles na continuidade do golpe e portanto cúmplices em todos os crimes cometidos contra o povo até agora.
A completa adesão de setores da esquerda pequeno-burguesa à direita golpista pseudo-democrática não é uma novidade. Olhando respectivamente, essa esquerda foi cúmplice dos golpista desde o início. Seja negando o perigo de golpe, seja afirmando que o governo do PT seria igual ao um governo do PSDB, ou dizendo que o governo Dilma era “indefensável como afirmou Boulos, essa esquerda acabou sendo um instrumento da direita golpista.
O incrível é que passados tantos anos, a esquerda continue aderindo à política da direita golpista. Um caso muito exemplar é o do PSOL. O partido se colocou, junto com a direita, contra a PEC 37 em 2013. Essa PEC visava diminuir o poder do Ministério Público, o que depois veio se revelar uma peça fundamental no golpe, com a Lava Jato.
Mas não bastou ao PSOL ficar do lado da direita naquela ocasião. Passados cerca de oito anos, eis que o mesmo PSOL se coloca novamente a favor do Ministério Público. Os parlamentares do partido foram decisivos na rejeição à PEC 5, que previa um aumento tímido do controle do Ministério Público pelo Congresso Nacional. O PSOL, com isso, revelou, de maneira muito acabada, seu conteúdo social: um partido de classe média profundamente orientado pelo imperialismo.
É isso o que a Revista do DCO dessa semana vai mostrar.