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Fora Bolsonaro

33 anos depois, ‘Um príncipe em Nova York’ é censurado

Filme com maioria de atores negros só poderá ser exibido após 21h

Na última semana, o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro decidiu reclassificar o filme Um príncipe em Nova York como proibido para menores de 14 anos e liberando a produção em rede televisiva apenas para exibição após às 21 horas. O motivo seria que a obra “apresenta conteúdos relativos aos eixos temáticos, de violência, sexo e drogas, com destaque para a tendência de nudez”.

O filme, que já foi exibido em grade nacional durante o período da tarde por dezenas de vezes, é um dos mais importantes do ator norte-americano Eddie Murphy. Dirigido por John Landis, a obra, de 1988, é bastante conhecida no Brasil e está disponível na plataforma Netflix. O Ministério da Justiça diz que acatou a denúncia de um “cidadão” solicitando a revisão da classificação indicativa do filme. O atual ministro da Justiça, André Mendonça, é “terrivelmente evangélico”, segundo definição do presidente Jair Bolsonaro, e pleiteia abertamente uma vaga no STF.

Embora censurar qualquer obra por pretextos morais seja uma aberração, o real motivo não é esse. O filme está sendo sabotado pelo governo Bolsonaro porque aborda de maneira aberta algumas pautas raciais, que são sistematicamente combatidas pela extrema-direita. O filme, que conta com um elenco quase inteiramente formado por negros, questiona a postura conformista do negro norte-americano perante o regime truculento imperialista.

A censura a Um príncipe em Nova York, que não tem como fim perseguir algum inimigo do governo, mas simplesmente levar adiante uma luta de tipo ideológica contra os setores oprimidos, mostra as tendências fascistas do governo Bolsonaro. De um lado, fica provado que o Estado irá procurar, cada vez mais, suprimir a liberdade de expressão, a partir de seus próprios interesses. De outro, que o governo Bolsonaro é inimigo do povo negro e deve ser energicamente combatido.

Em 2019, a imprensa burguesa se mostrou escandalizada porque o então secretário da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, plagiou o ministro da propaganda nazista. Não demorou muito e Bolsonaro colocou outro nazista no lugar: Regina Duarte, saudosa da ditadura militar. E sempre será assim enquanto Bolsonaro estiver no poder: trata-se de um governo inimigo de todos os oprimidos.

Diante dessa situação, é preciso lutar pela derrubada imediata do governo Bolsonaro. É preciso sair às ruas, já, contra o governo de extrema-direita, bem como contra todo o seu programa terrorista, defendido pelos golpistas da direita nacional.

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