Em 14 de janeiro de 1953, Josip Broz Tito foi empossado o primeiro presidente da República Socialista Federativa da Ioguslávia. Chegou ao posto maior do país como parte da derrota da monarquia, que era apoiadora do fascismo e havia se exilado na Inglaterra, inclusive recebendo reconhecimento dos países “Aliados”.
Tito foi a maior expressão dos partisanos ioguslavos. Em 1945, o Conselho de Libertação Antifascista já era o principal poder no país. A Europa foi obrigada a reconhecer a República Democrática da Iugoslávia, com Tito no posto de Primeiro-Ministro.
Organizou o Exército Popular da Iugoslávia, que chegou a ser o terceiro mais poderoso da Europa. Esta força crescente também incomodou o regime stalinista na União Soviética. As animosidades entre os países só começaram a diminuir após 1953, com a morte de Stálin. Naquele mesmo ano, o país foi rebatizado para República Socialista Federativa da Iugoslávia, empossando Tito como seu primeiro presidente, no dia 14 de Janeiro.
Conflito com a URSS stalinista
Apesar de Tito ter se aliado a Stálin durante a Segunda Guerra Mundial, ainda em 1945 os soviéticos formaram um círculo de espionagem dentro da Liga iugoslava, o que tornou aliança cada vez mais problemática e conflituosa.
A Iugoslávia, diferente das demais nações comunistas da Europa Central e do Leste europeu, foi liberada do Eixo com apoio limitado do Exército Vermelho. O papel de liderança fundamental na liberação da Iugoslávia, que Tito desempenhou, fortaleceu sua posição dentro do partido e entre o povo iugoslavo e também fez com que se tornasse mais insistente na tese de que a Iugoslávia tinha interesses mais profundos do que as outras nações, que tinham outras razões para reconhecer os esforços da União Soviética em ajudá-las a se libertarem.
Em 1948, Tito organizou o desenvolvimento econômico da Ioguslávia independentemente do regime stalinista, o que resultou numa tensão diplomática e troca de várias correspondências. Numa das quais Tito afirmou que a Ioguslávia “toma o sistema soviético como exemplo, mas desenvolve uma forma diferente de socialismo”. Ele também disse que “independentemente do quanto um homem ame a terra do socialismo, a União Soviética, ele não pode amar menos a sua própria terra”. Ou seja, claras colocações de não alinhamento ao stalinismo, o que renderia outros problemas a Tito.
Em 4 de maio 1948, o regime stalinista criticou Tito e a Liga por não admitirem seus erros. Acusou-os de soberba e orgulho demasiado por conta das vitórias contra os alemães. Reiterou que o Exército Vermelho teria salvado o país da destruição.
Treze dias depois, Tito sugeriu que o assunto fosse resolvido na sessão do Cominform (uma espécie de reunião ampliada do Comitê Central do PCUS com os países da Europa oriental), em julho daquele ano. Porém, ele não compareceu ao encontro, temendo que a Iugoslávia fosse atacada.
Expulsão da Ioguslávia da URSS
Em 1949, quase ocorreu um conflito armado entre Ioguslávia e a URSS stalinista, com tropas húngaras e soviéticas marchando nas proximidades das fronteiras iugoslavas. No mesmo ano, em 28 de junho, os demais países membros do Cominform concordaram em expulsar a Iugoslávia.
Com a expulsão, a Iugoslávia foi efetivamente banida das associações internacionais de Estados socialistas, enquanto as demais nações realizavam expurgos contra políticos considerados “titoístas”. Stalin teria dito que bastava a ele “balançar o mindinho e era uma vez Tito”. Stalin tentou assassinar Tito em diversas ocasiões. Tito teria respondido ao líder soviético, em uma delas:
“Pare de mandar pessoas para me assassinar. Nós já capturamos cinco deles. Um tinha uma bomba, e o outro um rifle (…) Se não parar de mandar assassinos, eu mandarei um para Moscou, e um segundo não será necessário.[40]”
Ou seja, a importância política que Tito teve para a Ioguslávia, deu-se à revelia do regime stalinista, que boicotou de todas as formas sua ascensão, inclusive assassinando todos os demais dirigentes comunistas ioguslavos.
Histórico
Nasceu em Kumrovec, em 7 de maio de 1892 e morreu em Liubliana, em 4 de maio de 1980. Josip Broz Tito GColIH foi um militar, revolucionário comunista e estadista iugoslavo. Liderou os partisans, guerrilheiros da resistência antifascista, em seu país, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi o maior responsável pela resistência armadacontra os nazi-fascistas croatas e sérvios, das forças do Eixo, mesmo sem apoio político e material dos Aliados (países imperialistas como Inglaterra, França e EUA). Sua atuação histórica é uma prova cabal de que foram a insurgência da classe operária em seu movimento revolucionário no fim da guerra que derrotou o nazi-fascismo. O que desmente toda os filmes, livros, e a propaganda ideológica imperialista em geral, que mostram os aliados como os grandes responsáveis pela derrota do nazismo. Tito foi presidente da Iugoslávia de 1953 até 1980, até sua morte.