Entre os dias 05 e 10 de junho de 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias, chamada pelos árabes de “Guerra de Junho” ou “Terceira Guerra Árabe-israelense”. A curta guerra envolveu Israel, Egito, Síria e Jordânia. Foi nesse conflito que Israel incorporou a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, Cisjordânia, as Colinas de Golã e a parte oriental da cidade de Jerusalém, anexações estas que acirraram por décadas o conflito entre palestinos e judeus. A Guerra dos Seis Dias deixou milhares de mortos entre os envolvidos: 11 mil egípcios, 6 mil jordanianos, mil sírios e mais de 700 judeus. Israel capturou ainda 6 mil prisioneiros. Os árabes contaram com os reforços da Arábia Saudita, da Argélia, do Iraque, Líbia, Marrocos, Sudão e Tunísia. Após a guerra, centenas de milhares de palestinos começaram a viver nos territórios ocupados pelos israelenses, sofrendo todos os tipos de opressão e violência até a atualidade. As consequências da guerra foram o aumento de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito também saíram em busca de aliados para enfrentar futuramente o poderio bélico dos israelenses ao estabelecer na época relações com a União Soviética, com quem renovou seu arsenal de blindados e aviões, instalando novos mísseis no Canal de Suez, área de grande importância estratégica para a região.
A criação do Estado de Israel em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, durante a qual os nazistas cometeram um dos maiores genocídios da história contra o povo judeu, despertou desconfiança entre os povos árabes, pois Israel tinha todo apoio das potências imperialistas vencedoras da guerra. Já em 1945, países árabes fizeram uma aliança entre si, a chamada Liga Árabe, para se proteger de qualquer agressão israelense a um dos países aliados. Fizeram parte dessa liga o Egito, a Síria, o Líbano e a Jordânia. Nos anos 50, os palestinos exilados após o domínio israelense fundaram o Al Fatah(luta armada), um grupo politico militarizado que tinha o objetivo de resgatar os territórios palestinos apossados de forma injusta por Israel e combater a interferência imperialista pró-Israel na região. Yassser Arafat era o principal líder do grupo. Após a Al Fatah seria criada nos anos 60 a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
O Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser (1918-1970), se preparou para atacar Israel. Em 1964 eles criam a OLP, que ficaria responsável pela condução da política dos territórios dos palestinos. O Egito expulsara da Península do Sinai tropas das Nações Unidas, simpáticas ao Estado de Israel, que, temendo um possível ataque árabe ao seu Estado, começou a se preparar e iniciar o ataque.
Israel foi atacado por Egito, Síria e Jordânia. Aviões sírios invadem o espaço aéreo de Israel, mas são abatidos. O Egito, que concentrou suas tropas na fronteira com a Síria, bloqueou o estreito de Tiran, no Mar Vermelho, impedindo o acesso de Israel ao Oceano Índico. No dia 06 de junho, com muita superioridade bélica, a Aeronáutica de Israel atacou o Egito e conseguiu destruir seus aviões e o aeroporto em 8 horas de conflito. Em Jerusalém Oriental, dominada pelos jordanianos, houve um conflito de três dias, com a vitória dos israelenses se apoderando da cidade. Contra a Síria, após quatro dias de combate nas Colinas de Golã, o exército israelense dizimou as tropas árabes em poucas horas de conflito, tomando posse das colinas. Israel destruiu dois terços da Força Aérea Síria, 300 aeronaves do Egito e quase toda a guarda real aérea jordaniana.
No dia 07 de junho, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu um cessar-fogo da Guerra, que fora aceita de forma imediata pela Jordânia e também por Israel, que estava sofrendo pressão internacional para aceitar esse cessar fogo. O Egito aceitou o cessar no dia 08 e a Síria no dia 10 de junho, pondo fim à Guerra dos Seis Dias.
As Nações Unidas aprovaram em novembro de 1967 a Resolução 242, que determinava a retirada de Israel dos territórios ocupados, além de resolver a questão dos refugiados, mas os israelenses não cumpriram a resolução, a qual eles só respeitariam se os estados árabes reconhecessem o Estado de Israel, mesmo este sendo dividido entres os povos envolvidos.
Após a demonstração de superioridade bélica de Israel, um forte aliado do imperialismo americano na região, os territórios de Gaza, Península do Sinai, Colinas de Golã, Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém ficaram de fato sob o domínio de Israel. Mais de 1,6 milhão de palestinos e árabes foram expulsos dessas regiões e Israel não aceitou a devolução dessas áreas, para cujo domínio os egípcios e sírios ainda fariam uma outra guerra, a Guerra do Yom Kippur.
Os palestinos continuam exigindo a devolução de Jerusalém, uma cidade sagrada para os adeptos das três grandes religiões da região, cristianismo, islamismo e judaísmo. Os judeus consideram Jerusalém indivisível e uma propriedade de Israel, posse que é o principal ponto de conflito com os árabes, que continuam a cada dia sendo massacrados pelos israelenses. A ONU se mostra omissa e inerte frente às seguidas barbaridades dos judeus, que, com toda superioridade bélica, ainda contam com a proteção e apoio dos Estados Unidos da América.