A Revolta de Nanchang teve início em 1º de agosto de 1927 e representou o primeiro choque militar entre o Partido Kuomintang (KMT), de orientação política nacionalista, e o Partido Comunista da China (PCCh) na guerra civil chinesa. Esta data é celebrada na China como o momento de fundação do Exército Popular de Libertação (EPL).
O KMT e o Partido Comunista haviam rompido a primeira aliança política. Os direitistas do KMT organizaram uma revolta camponesa em Nanchang com o objetivo de suprimir os comunistas na região. Após um cerco dos nacionalistas, os comunistas conseguiram se retirar para as montanhas Jinggang em Jiang e acumular forças novamente.
A luta política entre o Partido Comunista e o Kuomintang é um aspecto central na Revolução Chinesa. Estes dois partidos combateram juntos contra os senhores da guerra do Norte. Contudo, o golpe de Chiang Kai-Shek no interior do KMT significou um giro à direita e a implementação de uma política voltada para exterminar os comunistas. A política do stalinismo na 2ª Revolução Chinesa (1927) consistiu em subordinar os comunistas à orientação política do KMT, o que resultou na derrota do levante revolucionário da classe operária.
A guerra civil chinesa (1927-1937; 1945-1949) representou o enfrentamento político e militares permanente entre as forças militares do KMT e a guerrilha organizada pelos comunistas. O imperialismo pressionava o KMT para que ele acabasse com o perigo representado pelo Partido Comunista da China.
Os comunistas sobrevivem às diversas três ofensivas do Exércitos do KMT, muito superiores dos pontos de vista militar e numérico. O episódio histórico da Grande Marcha (1934-1935) de Mao Tsé-Tung faz com que os comunistas consigam romper o cerco e se reinstalarem Yan’an, no norte do país.
A invasão do imperialismo japonês na China, em 1937, mudou a situação política. Os dois partidos firmaram uma trégua e constituíram a Frente Única Antijaponesa, com a finalidade de unir forças para combater o invasor. A expulsão dos japoneses em 1945 reinicia a guerra civil entre as duas forças políticas, que termina em definitivo com a tomada do poder pelo Partido Comunista da China em 1949 e a expulsão das forças do Kuomintang para a Ilha de Formosa.
Protegido pelo imperialismo norte-americano, o KMT declara a independência da Ilha de Formosa, porém transformada em Taiwan. Chiang Kai-Shek governa a ilha através de um regime ditatorial por décadas.
A Revolta de Nanchang foi o primeiro choque aberto entre as forças revolucionárias e contrarrevolucionárias na China, isto é, uma expressão da luta de classes entre a classe operária e a burguesia.