As aulas da rede estadual do Amazonas voltaram nesta segunda-feira (10) para cerca de 110 mil alunos. O governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima (PSC), publicou uma série de medidas que devem ser seguidas pelos estudantes, dentre elas está o uso de máscaras. O governo vai distribuir duas máscaras de pano para cada aluno.
A rede estadual do Amazonas é a primeira a retomar as aulas presenciais em meio à pandemia do COVID-19. Os ensinos do Ensino Médio e do EJA são os primeiros a retornar. A Secretaria da Educação e Desporto do Amazonas informou que as atividades presenciais devem acontecer com 50% dos estudantes nas salas de aula das 123 escolas da capital.
A volta da educação infantil sob responsabilidade da rede estadual está programada para o dia 24 de agosto. Para as escolas públicas do interior, não há previsão de retorno.
O protocolo para a retomada das atividades orienta que uma série de normais sejam seguidas pelos alunos ao chegarem nas escolas. A reabertura das escolas particulares completou um mês no dia 06 de agosto. Até este domingo, o estado do Amazonas registrava 3.359 óbitos e 106.950 casos confirmados de coronavírus.
O retorno às aulas na rede pública amazonense significa uma grave ameaça à vida dos alunos, professores, funcionários da educação e país de alunos. A aglomeração nas escolas é um ambiente propício para a expansão do vírus, que já vitimou mais de 100 mil pessoas e infectou mais de 3 milhões. O governo do Amazonas mostra-se disposto a expor centenas de milhares de estudantes ao contágio e morte, de forma a agravar a já precária situação da rede pública de saúde. É importante salientar que o sistema público de saúde do município de Manaus foi o primeiro a entrar em colapso ainda no começo da pandemia.
É preciso que as organizações estudantis e os sindicatos dos professores iniciem uma ampla mobilização contra a retomada das aulas na rede estadual do Amazonas. Os governos burgueses buscam passar a ideia, por meio da ocultação sistemática da realidade do país, de que o país deva retornar à normalidade, como se a pandemia não estivesse se alastrando e vitimando mais de mil pessoas por dia. Há todo um plano da burguesia de acabar com o isolamento social e aplicar a política proposta por Jair Bolsonaro, que “deixar morrer quem tiver que morrer”.
A reabertura comprova o que este Diário há muito vinha denunciando, que a burguesia e seus governos não têm qualquer preocupação com as condições de vida do povo.