Apesar de um intenso esforço da imprensa imperialista, dos representantes dos estados e dos municípios burgueses norte-americanos, tentarem amenizar a revolta dos negros nos Estados Unidos com vitória do novo presidente Joe Biden, os protestos continuam nas ruas. É certo que a demagogia difundida amplamente de que o democrata eleito com sua vice, uma mulher negra, seria melhor para população negra e explorada não colou para certos grupos oprimidos.
A política oficial dos imperialistas é conhecida largamente pelos negros e trabalhadores e está clara que essa é a política defendida ferrenhamente por Biden, afinal o democrata foi, e é, apoiado pelos setores mais reacionários e perigosos do imperialismo norte americano. O neoliberalismo econômico é pautado por anos e durante toda sua carreira política pelo novo presidente americano, esse sistema que é um dos principais responsáveis não só da crise politica e econômica no país, mas também pela atual alta taxa de desemprego que afeta os EUA.
O jornal Los Angeles Times, tentando separar o movimento negro Black Lives Matter de supostos Anarquistas, em uma clara tentativa de amenizar e manipular a situação de revolta no centro do imperialismo, noticiou que um dia após do discurso de posse do presidente eleito Joe Biden no dia 7 de novembro, um grupo de pessoas em Portland através da internet se reuniram no parque Laurelhurst às 20h. “Ali criticavam os liberais por celebrarem a derrota do presidente Trump enquanto o capitalismo e o sistema político permaneciam entrincheirados.”
De acordo com o jornal, embalado por um tambor os manifestantes cantavam “fuck Joe Biden”. Na sequência os manifestantes marchariam até a sede do Partido Democrata, onde foram quebradas e vidraças e confrontos com agentes de segurança. O movimento também pedia pela abolição da Policia Militar e o fim da propriedade privada. Nesse sentido, as contradições entre os capitalistas e explorados não diminuirão, mas seguirão aumentando. O protesto desse grupo expressa a tendência dos negros a continuarem nas ruas, enquanto o regime burguês inteiro não for abaixo.
Apesar da capitulação por parte do movimento negro nos EUA em relação a politica identitária de Biden, o imperialismo que é o pior inimigo dos negros e dos trabalhadores, tende a dificultar ainda mais a vida das classes oprimidas e mais vulneráveis norte americanas. O exemplo do grupo, que não concorda com os ideais do novo presidente, deve ser seguido e ampliado. Sem derrubar a politica imperialista, seguida por anos pelos governantes no país, nada de concreto vai mudar para a população negra nos Estados Unidos.
Como este Diário já vem denunciando, é importante lembrar que Joe Biden é o principal responsável pela política de encarceramento em massa da população negra nos Estados Unidos, onde se concentram a maior população carcerária do mundo, os presos no sistema penitenciário correspondem a 25% das pessoas privadas de sua liberdade no mundo. Além disso, com milhões de pessoas desempregadas e em situação de miséria e fome principalmente os negros, a eleição americana foi a mais cara da história.
Para se contrapor ao sistema imperialista é preciso organizar um partido operário de massas, centralizado e com lutas concretas de mobilização, para fazer frente aos partidos da burguesia e não ficar a reboque da demagogia nem dos democratas, nem dos republicanos e muito menos da imprensa direitista ligada e entrelaçada diretamente com essas velhas raposas da politica norte americana, que atua claramente contra os negros e os trabalhadores.