No dia internacional de luta dos trabalhadores, o Partido da Causa Operária organizou um ato presencial (o único do País) com militantes e ativistas de diversas regiões do País.
Foi um marco na situação política nacional, uma vez que praticamente todos os setores da esquerda adotaram a política capituladora imposta pela direita golpista de “ficar em casa” enquanto milhões de pessoas passam fome e estão morrendo por conta da crise econômica e da pandemia do coronavírus.
Um exemplo claro desta política de submissão aos setores golpistas pôde ser visto no “ato” virtual “unificado” convocado pelas “centrais” sindicais, onde além de não haver uma manifestação pública, estiveram “presentes” inimigos declarados de toda a classe trabalhadora como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, responsável por ter levado à fome e à miséria milhares de brasileiros, além de ter entregado de bandeja para o imperialismo uma grande parte do patrimônio nacional.
Também foram convidados por setores direitistas da esquerda e do movimento sindical – e fizeram desfeita aos anfitriões – os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e David Alcolumbre, ambos do DEM e defensores ardorosos da reforma da Previdência e trabalhista, que colocam um fim em direitos básicos da população.
Convidaram também os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC), verdadeiros carniceiros do povo pobre nas periferias.
O 1º de Maio com bandidos políticos organizados pelas “centrais” sindicais demonstrou até onde vai a política de “frente ampla” levada à frente pelos seus setores mais direitistas, como o PCdoB, a Força Sindical, a ala direita do PT.
O ato organizado pelo PCO foi um divisor de águas, ao demonstrar, primeiramente, a necessidade de se organizar e colocar em prática a mobilização popular. Chamou a classe operária brasileira e sua vanguarda a seguirem o exemplo dos trabalhadores de outros países, como no Chile, que saíram às ruas para lutar pelos seus direitos e contra o governo de direitista, sob o lema “se posso trabalhar, eu posso me manifestar”.
Sua situação não é diferente da vivida pelo povo brasileiro. A “quarentena” é uma realidade para uma pequena minoria da população, a burguesia e setores da classe média. A quase totalidade da classe trabalhadora não tem possibilidade de isolamento, continua trabalhando, sem nenhuma assistência do governo e dos patrões, e morrendo quase que cotidianamente, como é o caso dos trabalhadores dos Correios, da construção civil, dos transportes, dos supermercados etc.
Os golpistas estão trabalhando para acabar com a limitadíssima “quarentena” apenas para salvar os lucros dos capitalistas em crise. Ou seja, para salvar um punhado de empresários e banqueiros vão aumentar de maneira exponencial o já alarmante morticínio que vem ocorrendo no país. Nesse sentido, o ato do PCO e dos comitês de luta defendeu a necessidade de uma ampla mobilização não só para defender a manutenção do isolamento social, mas pela sua extensão para a imensa maioria da classe trabalhadora, garantindo todos os direitos do povo e exigindo do Estado todas as condições para garantir a vida da população, como a aplicação massiva de testes para diagnosticar o vírus, a construção de hospitais e outros equipamentos públicos, a contratação em larga escala de profissionais da saúde, garantia do emprego e dos salários, sem demissões nem rebaixamento salarial, entre outras reivindicações.
O ato apontou a necessidade da esquerda ter uma política independente de todos os setores golpistas, contra a política de “frente ampla” levada adiante por todas as direções da esquerda nacional. Em nome de combater a “barbárie”, que seria o Bolsonaro, essa ala reacionária da esquerda pequeno-burguesa quer se unir com os ditos “civilizados”, como FHC, os governadores “heróis do povo” da direita, ou seja, os “pais” de Bolsonaro, que organizaram o golpe de 2016 e contribuíram de maneira prática para o crescimento da extrema-direita no País.
O 1º de Maio sem golpistas demonstrou que é necessário e urgente que todos os setores classistas do movimento operário e da esquerda, todos aqueles que lutaram na prática contra o golpe de 2016, contra a prisão de Lula, contra as reformas etc., imposta pelos setores direitistas em seu meio e atuem na construção de uma política independente de todos os golpistas.
Destacou-se ainda a necessidade de se exigir das principais organizações operárias do país, como a Central Única dos Trabalhadores, a convocação de uma conferência que reúna todos os setores de esquerda, os movimentos populares, os partidos e sindicatos para se estabelecer um programa de luta, que impulsione a criação dos conselhos populares e estabeleça um eixo de mobilizações contra Bolsonaro e todos os golpistas.