Os trabalhadores e trabalhadoras de saúde de Osasco e região, em denúnica realizada em plenária virual do SindSaúde-SP, relatam que os primeiros da classe a se infectar com a Covid-19 foram os profissionais administrativos das unidades de saúde, e que a razão disso foi a falta de EPI’s (equipamentos de proteção individual) adequados.
Além dos óbvios efeitos sobre a saúde desses profissionais, essas infecções também causam a sobrecarga dos colegas que seguem trabalhando, justamente no momento em que as unidades de saúde estão abarrotadas de pacientes em razão do descontrole da epidemia no Brasil.
Segundo os profissionais, os governos estão aproveitando a situação de crise causada pela pandemia para avançar nas terceirizações, atacando dessa forma as condições de trabalho da categoria.
Essa situação, evidentemente, não é restrita a Osasco e região, mas pode ser verificada em absolutamente todo o país, onde as políticas dos diversos governos, inclusive os de esquerda, tem produzido uma verdadeira catástrofe que já tirou a vida de pelo menos 100 mil brasileiros até o momento.
Nenhum dos governos estaduais empreendeu uma política exemplar de combate ao vírus, com o acompanhamento domiciliar por agentes de saúde, isolamento dos doentes em instalações de quarentena, testes em massa, ampliação dos leitos e do pessoal médico e de enfermagem. Na verdade, a política dos governos foi fundamentalmente demagógica, dizendo para a população ficar em casa sem que houvesse condições para isso, e depois dizendo para a população usar máscaras. E só.
Fica evidente, dessa forma, que na atual situação política, não haverá uma solução para a crise de saúde e seus efeitos econômicos, muito pelo contrário. Os governos de direita estão se utilizando da fragilidade da população para desferir os mais brutais ataques contra os trabalhadores e o povo em geral.
Portanto, a consequência dessas denúncias dos trabalhadores da saúde deve ser a mobilização unitária da equerda materializada em um programa de enfrentamento da calamidade sanitária, econômica e política. Contra condições inviáveis de trabalho, contra a terceirização, pela saúde da população brasileira, contra o desemprego, a fome e a redução dos salários, somente a organização e luta dos trabalhadores pode dar resposta.