O fascismo quer controlar, também, o futebol. O futebol é uma paixão do povo. O futebol é considerando um esporte especial para o brasileiro. É uma prática cultural tão significativa quanto o teatro, o cinema, as artes plásticas etc. Nenhuma dessas manifestações, todavia, consegue como o futebol mobilizar tanta gente ao mesmo tempo, mexendo tão forte e amplamente com paixões, desejos e sentimentos.
Não é a primeira vez que o fascismo tenta controlar o futebol para fins de controle social. Em 1970, o Brasil ainda vivia sob a ditadura do regime militar, instaurado em 1964. O presidente era o general Emílio Garrastazu Médici, que governou o país de 1969 a 1974. Médici era da “linha dura”, a ala mais radical dos militares que instauraram a ditadura. Seu governo foi, talvez, o mais repressivo da história política do Brasil, resultando na morte e tortura de centenas de oposicionistas, acusados ou suspeitos de “subversão”.
Além da tortura e da repressão, o governo Médici usou o futebol como arma de propaganda política. O presidente Médici era apresentado como um “homem do povo” e “apaixonado por futebol”.
A vitória da seleção brasileira sobre a seleção italiana por 4 a 1, na final, foi bastante explorada pela propaganda do governo Médici em slogans do tipo “Ninguém segura este país” ou “Brasil; ame-o ou deixe-o”.
O técnico que classificou o Brasil para a Copa de 1970 foi João Saldanha, que acabou substituído por Mario Zagalo durante a competição. Alguns acreditam que a substituição de Saldanha por Zagalo teria sido resultado de uma interferência de Médici. O então presidente da República teria dado palpite na escalação do time feita por Saldanha. O técnico teria respondido que Médici mandava nos ministérios, mas que quem mandava na seleção era ele (Saldanha).
Mesmo agora o fascismo quer usar o futebol como propaganda política. Vejam as fotos de Bolsonaro nos campos de futebol. Elas são o prenúncio de que o fascismo sabe da importância do futebol para o povo.
O caso mais recente é a insatisfação das diretorias de Bahia e Vitória que, decidiram não acatar o pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e negaram a adoção de torcida única nos clássicos Ba-Vi, que serão disputados na Copa do Nordeste e no Campeonato Baiano.
A alegação do Ministério Público é “evitar a violência”. Ora, a violência é a marca mais característica registrada pelo fascismo. Para os clubes em questão, ‘o problema da violência não está no esporte, nem é estimulado por ele, mas nas crises de “segurança pública”.
Um governo fascista, que cortou direitos básicos da população, elevou o desemprego à estratosfera, vem dissolvendo as organizações dos trabalhadores e teme a resposta violenta da classe trabalhadora. Além do mais as torcidas organizadas vem aos poucos se manifestando contra o governo fascista.
As torcidas organizadas devem se rebelar contra o controle fascista sobre o futebol e anunciarem a saída para toda classe trabalhadora: o Fora Bolsonaro!