Com a atual radicalização política, em especial da juventude, as direções mórbidas do movimento estudantil estão afundadas em uma lamacenta crise política. Nessa conjuntura, a política acertada da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), juventude do PCO, com seu trabalho militante, intensifica o processo revolucionário estudantil, e assim, escancara a capitulação, o oportunismo e o fracasso criminoso da esquerda pequeno-burguesa em propor qualquer solução para combater a ascensão do fascismo no País. Por isso, ao incentivar a discussão e a mobilização combativa, a AJR foi retirada arbitrariamente do Movimento por uma Universidade Popular (MUP) no Distrito Federal, encabeçado pela União da Juventude Comunista (UJC), juventude do falecido PCB.
Para retirar a AJR, cuja participação partiu da reivindicação de participantes do próprio MUP – movimento supostamente amplo, democrático e suprapartidário, foi realizada neste sábado uma reunião bilateral com os companheiros do PCO para dar o aviso da decisão antidemocrática. Sem apresentar nenhuma justificativa clara para a resolução, a UJC demonstrou seu comprometimento com a política da direita predominante na burocracia universitária da UnB.
A principal divergência apresentada foi que o movimento não poderia criticar as ações do DCE da UnB, mesmo em uma reunião interna. Isso se deve, como colocado pelos próprios “militantes” do PCB, à sua participação na construção do mesmo. Pois bem, para além do oportunismo barato, percebe-se aqui que a UJC é fiel à política atual do DCE da UnB. Esse, que não chamou nenhuma assembleia geral dos estudantes desde o começo da crise sanitária, e que compactua com a reitoria para a imposição bolsonarista do ensino à distância e da iminente volta às aulas. Para a UJC, “não temos pernas para organizar uma assembleia”, e por isso, devemos abrir espaço para o fascismo destruir completamente a política estudantil.
Fica evidente que o PCB busca apenas sobreviver ganhando espaço na luta pelos cargos políticos do movimento estudantil, seguindo a trilha do PCdoB. Trata-se de uma organização, que pensa apenas em sobreviver traindo a luta da juventude. Obviamente, com essa direção, as reuniões do MUP servem apenas para fortalecer a paralisia estudantil, e para imitar os métodos políticos da direita.
Se alguém acredita que o MUP está a favor da greve contra o Ead, basta perguntar se eles são favoráveis a uma assembleia em qualquer lugar com essa pauta. Finalmente, a resposta mostra que não existe um programa, e sim uma burocracia típica dos stalinistas, tanto pelo desgosto da discussão política, como pelo imobilismo contra o avanço da extrema-direita sobre as organizações democráticas dos trabalhadores e dos estudantes.
Assim, expõe-se naturalmente as características de um grupelho demagógico que apenas defende a greve e o Fora Bolsonaro para não se contrapor a política popular do PCO, e, ao mesmo tempo, prefere não fazer nada para não queimar seu filme com a direita e conseguir um cafuné. Dessa forma, está em uma crise generalizada, maquiando-se para as massas, que são favoráveis à greve e à luta política, e servindo a direita, que defende por um fim no movimento estudantil. Entretanto, as bases do movimento não são idiotas, e ao escutar um argumento lógico se contrapõe a tal programa desesperado e criminoso.
O PCB tentou ainda afirmar que o PCO é um partido anárquico que não respeita o centralismo democrático, o que estaria comprovado pela defesa incessante das mesmas pautas. Bom, basta aqui um conhecimento mínimo de história política para compreender suas premissas invertidas. Assim como os marxistas defendem incansavelmente as pautas revolucionárias, o PCO defendeu arduamente uma mobilização contra o impeachment 4 anos antes dele acontecer, o mesmo se deu com o Lula Livre e o Fora Bolsonaro. Todas as pautas decididas em conferências e congressos partidários. Já o PCB, bem como toda esquerda parlamentar, espera que a direita permita, para levantar qualquer proposta política.
Nesse sentido, vale colocar também que a ação do PCB para censurar o PCO foi completamente antidemocrática. Ao invés de chamar um congresso ou, no mínimo, uma reunião do MUP para tratar da questão, a UJC decidiu da própria cabeça que seria necessário retirar a AJR do movimento “amplo”. Na realidade, o único motivo da expulsão foi o racha alavancado pela situação política radicalizada e pelo programa acertado do PCO, o qual não poderia ser vencido em um debate sério.
A esquerda precisa, mais do que qualquer coisa, de uma alternativa independente da burguesia. O ocorrido comprova que por não ter um programa próprio, a esquerda é uma variante da direita, repetindo seus métodos de silenciamento sobre palavras e temas enfeitados com um falso marxismo e uma mentirosa disposição a travar a luta da classe trabalhadora. Essa, que por sua vez, passa tradicionalmente pela mobilização dos estudantes. Por isso, o PCO organiza comitês de luta estudantis em todo País, e convida toda a esquerda para uma luta combativa pelo Fora Bolsonaro. Agora, será que a UJC, ao imitar os métodos da direita golpista e capitular frente a destruição da universidade pública está disposta a travar essa luta?