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Educação

Sob Doria, escola em tempo integral atende só 50% da demanda

Modelo de escola integral de Dória é excludente, prejudicando professores e alunos de baixa renda

A escola em tempo integral tem sido anunciada por diversos governos e muito esperada por boa parte da população. A possibilidade de frequentar a escola em dois períodos, fazendo inclusive as três refeições diárias, e tendo a disposição de uma série de atividades, como esportes, artes, e atividades intelectuais que ultrapassam o modelo burocrático e um tanto rígido do currículo tradicional, é um avanço para a classe trabalhadora. Trata-se de mais uma forma na qual o Estado pode disponibilizar à poupulação mais pobre o acesso aos bens culturais da sociedade.

Mas o fato é que educação integral sob a tutela do Estado burguês é muito diferente do paraíso anunciado acima. Não está na agenda das elites disponibilizar meios de organização e emancipação das classes subalternas.E o encontro, dentro da escola, da população entre si e com uma classe intelectual, os professores, é sempre perigosa. Portanto, a agenda de integralização escolar acaba sendo subvertida, convenientemente, para servir a finalidades excludentes.

No caso do governo paulista de João Dória (PSDB), pesquisa da Secretaria de Educação revelou que mais de meio milhão de alunos, no Estado, tem interesse em estudar em turnos ampliados – de 5 para 9 horas diárias. Esse número corresponde a aproximadamente 15% dos estudantes matriculados na rede estadual. Em resposta a isso, o governo supostamente atendeu a metade dessa demanda, considerando o número de vagas abertas no tempo integral, o que por si seria um avanço, se não fosse o fato de ser feito numa lógica excludente e bastante injusta com os demais estudantes e professores.

Mais escolas estaduais foram transformadas em período integral no Estado, totalizando 280 mil vagas nesta modalidade. Mas ao invés de permitir que as duas opções estivessem disponíveis, estas escolas deixaram de atender aos estudantes que quisessem estudar apenas em um período. Isso prejudicou a uma grande leva de alunos que trabalha em meio período, ou ajuda em atividades econômicas da família, e que foram forçados a sair da escola onde estudavam.

Esse grupo precisa procurar outras escolas, mais distantes, resultando em custos e tempo de deslocamento, além da adaptação em turmas totalmente novas. Obviamente, muitos acabam desistindo no caminho. Não há números a respeito deste impacto no rendimento e na frequência escolar. Apesar das estatísticas mostrarem que estudantes oriundos de escola em tempo integral têm maior rendimento em exames e vestibulares, elas mascara o fato de que estas escolas acabam sendo frequentadas por estudantes de classes sociais mais altas, devido ao modelo excludente explicado acima.

O modelo também se torna excludente para professores, já que muitos têm dois empregos, e serão obrigados a adotar a dedicação exclusiva se quiserem continuar nas escolas que se adotaram o período integral. Segundo a APEOESP, ao menos 77 escolas paulistas rejeitaram a adoção do período integral. Os professores e alunos perceberam que o modelo é aplicado de cima para baixo, sem levar em conta a realidade da comunidade escolar.

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