A OIT – Organização Internacional do Trabalho – e não dos trabalhadores, divulgou hoje, que a pandemia Covid-19 está deixando neste ano, cerca de 30 milhões de desempregados na América Latina, sendo que 23 milhões desistiram de procurar emprego. Essa é uma das conclusões do informativo apresentado na última quinta-feira pelo “ Panorama Laboral 2020 – América Latina e Caribe”, documento apresentado todos os anos pela OIT.
Durante o ano de 2020, a pandemia Covid-19 afetou todos os indicadores de trabalho, que já vinham sistematicamente sendo afetados pela crise que vive o capitalismo. A OIT assinala que a taxa de desemprego para a região será de 10,6%, a mais alta das últimas décadas. A publicação também aponta que a participação da força de trabalho foi reduzida de 308 milhões para aproximadamente 285 milhões. Em relação ao PIB da região, houve uma queda importante, entre -7.7% e -8,1%, dados estimados pela CEPAL – Comissão Econômica para a América latina, e FMI – Fundo Monetário Internacional.
Outro informe é que o emprego assalariado caiu -6,8%, e os trabalhos informais caíram -8,9%.
Os setores mais atingidos pela crise da Covid-19 , onde houveram maior número de demissões, foram o setor hoteleiro com -17,6%, e comércio com -12%, contrastando com o crescimento que houve em 2019. A construção também caiu -13,6% e a agricultura, foi o setor que menos caiu, -2,7%.
É importante salientar que como sempre as mulheres são as mais afetadas com o desemprego, que é fruto do capitalismo, ficou muito pior com a pandemia. A comparação entre desemprego entre homens e mulheres na região neste período foi de -7,4% e -10,4% respectivamente. Em relação a taxa de contratação houve uma queda de -9,3% para os homens, e de -12,3% para as mulheres. O maior impacto entre as classes de trabalho, o qual é realizado quase que exclusivamente por mulheres, foi da trabalhadora doméstica, queda de -19,4%.
Segundo o informe, nos anos entre 2015 e 2019, houve um aumento nas taxas de emprego das mulheres entre 1,8% e 0,8%, enquanto que havia tido uma contração na taxa de emprego dos homens de -0,3%. Eles apontam que a crise da pandemia Covid-19 é a responsável pelo desemprego das mulheres, quando sabemos que na verdade, a causa de todo esse desemprego é do capitalismo.
É importante ressaltar que a verdadeira questão do desemprego é a mão do imperialismo que usa a pandemia do Coronavírus para aprisionar a América Latina e todos os outros países não desenvolvidos a retroceder a nível de colônia. Pegando o Brasil como exemplo, fica fácil de perceber, já que temos um país dominado pela direita e extrema direita, que não fizeram absolutamente nada para proteger o povo da pandemia.
Temos mais de 180 mil mortos pela doença neste momento, e desde março de 2020 nenhuma das esferas de governo tiveram uma política para evitar o contágio, pois, a quarentena é uma farsa, onde só a classe média para cima teve oportunidade de se isolar. Trabalhador teve que pegar transporte público lotado, e quem não tem trabalho, e conseguiu acesso a ajuda do governo, recebeu R$600,00 que não sustenta nem de longe as necessidades de uma família. Enquanto que logo na primeira semana decretada a quarentena, 1 trilhão e 200 milhões foram repassados para bancos, e nada foi feito para benefício da população com esse dinheiro.
Em relação a saúde, os materiais necessários como respirador, máscaras, álcool gel, luvas e até medicação, até hoje faltam nos hospitais, e não foram usados os recursos que o País tem como indústrias de peças e tecidos, ou mesmo de combustível álcool, para suprir as necessidades e assim não deixar acontecer um genocídio no Brasil.