Como destacamos neste Diário, o maior Sindicato do País e da América Latina, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), aprovou em reunião do seu Conselho Estadual de Representante (CER), com a participação de cerca de 600 conselheiros estaduais, a defesa do “Fora Bolsonaro“, como parte de um plano de lutas diante da crise, que inclui medidas de luta em defesa dos interesses imediatos da categoria (como a defesa do pagamento dos professores “temporários” e substitutos que o governo Dória que deixar à mingua, e a luta contra a farsa do EaD, que os tucanos querem impor como parte de sua política contra o ensino público), dos estudantes (como a defesa do pagamento da merenda escolar para os 3,7 milhões de estudantes da rede estadual e do conjunto da rede pública e a suspensão do ENEM) e do conjunto da população (como a defesa da distribuição gratuita de equipamentos de proteção e de produtos de higiene e limpeza e a garantia de testes em massa do covil-19 etc.).
Contrariando a política da maioria da esquerda, de subordinação e apoio aos governos e partidos direitistas de “oposição” a Bolsonaro, que coloca a imensa maioria dos sindicatos, a CUT e outras organizações dos explorados totalmente paralisadas e à reboque da burguesia, inclusive, com diretorias cedendo sedes dos sindicatos para fazerem demagogia junto com governos da direita (como Ibaneis Rocha, do MDB-DF, e João Dória, do PSDB-SP), o colegiada com centenas de membros da APEOESP deliberou por adotar uma posição contra o regime golpista, aprovando por esmagadora maioria o “Fora Bolsonaro”.
Essa decisão foi adotada por mais de 95% dos votos dos conselheiros, depois de um intenso debate e numa votação na qual se rejeitou a formulação proposta por setores do PSOL, de “Fora Bolsonaro/Mourão”, que evidencia a tentativa de apontar uma politica de acordo com setores da “oposição”, ou seja, da direita, que diante do avanço da crise poderiam vir a apoiar uma proposta que retirasse o presidente e vice eleitos na fraude eleitoral iniciada com a prisão e cassação ilegal da candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, em quem a maioria do povo queria votar, a qual contou com o apoio e a “sociedade” de todos os setores da burguesia golpista, que juntos fraudaram as eleições e elegeram seus candidatos em chapa comum com Bolsonaro, como BolsoDória, Ibaneis etc. Essa proposta defendida pelo PSOL, busca um acordo, uma politica comum com a direita, como por exemplo, a substituição de Bolsonaro, por exemplo, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o terceiro na linha sucessória.
É preciso levar essa discussão para o conjunto dos sindicatos de todo o País, bem como reivindicar da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior organização dos trabalhadores do País, que convoque uma Plenária Nacional das organizações de luta dos trabalhadores, da esquerda, para deliberar um programa próprio diante da crise, rompendo com a política de ficar à reboque dos governos estaduais e municipais inimigos do povo, destruidores da Saúde pública; destruidores das condições de vida e a favor de “socorrer”os bancos, tal como Bolsonaro.