O fotógrafo Sebastião Salgado – que há mais de quatro décadas fotografa os maiores horrores cometidos pelo capitalismo e as grandes belezas naturais do planeta – tem protagonizado um embate com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
O artista, que é o principal nome da fotografia brasileira e está engajado numa campanha com diversos artistas internacionais para que o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o Congresso e o Judiciário brasileiros evitem o extermínio das aldeias indígenas, agora sofre represálias por expor a verdade sobre a Funai no que diz respeito à condução das questões indígenas. Sebastião denuncia que o governo federal retirou apoio material, financeiro e humano da Funai. Além disso, o artista também denuncia o boicote a ações destinadas a proteger comunidades indígenas de invasões.
Em 2017, o artista doou à entidade obras avaliadas em R$ 1,5 milhão, com fotografias do povo indígena Korubo. Em entrevista ao jornal O Globo, conta que neste ano foi procurado pela Funai, em carta, porque o órgão quer que ele retire as obras e faça um leilão com elas.
O artista declara: “Houve um conflito. Eles quiseram me devolver as fotos, mas essas fotos não são da Funai e nem são minhas. Pertencem ao meu país, pertencem ao Brasil. Eu não tenho o direito de pegar de volta, não tenho o direito de leiloar, e a Funai também não”. E acrescenta: “Se efetivamente a Funai não quiser guardar, eu tenho que procurar algum dos Poderes brasileiros, possivelmente a Procuradoria-Geral da República, para ser o guardião dessas fotografias, até eu poder devolvê-las à Funai”.
Está muito claro que tudo isso não passa de mais uma represália deste governo golpista que, além de lutar com todas as forças para subtrair todos os direitos do povo indígena, ainda quer silenciar a obra – retirando-a da FUNAI – na tentativa de silenciar as denúncias do artista, que luta para proteger os indígenas da pandemia.
A Funai, dominada pelo bolsonarismo, retaliou retirando as fotos do artista de uma exposição e ameaça leiloá-las, o que foi proibido por ele, e, como sempre, ataca a cultura e as liberdades democráticas.
A pandemia do novo coronavírus está ganhando força nas aldeias indígenas, onde, por suas moradias e seu estilo de vida, não têm a opção do isolamento social. Não é de hoje que diversas comunidades têm denunciado a altivez da Funai, principalmente no atual cenário, onde o mundo passa pela maior crise sanitária do século, e essas aldeias indígenas estão completamente abandonadas pelos poderes públicos.
É de extrema importância que denúncias como esta prossigam e que seja levantada uma grande mobilização para a derrubada deste governo golpista e fascista. Não tem sentido acreditar na hipótese de diálogo com esses setores, que a cada dia que passa deixam mais claro que pretendem realizar um verdadeiro extermínio contra a classe pobre deste país e destruir os povos nativos, sua história e sua cultura.
Fora Bolsonaro, todos os golpistas e essa burguesia parasita.