O companheiro Rui Costa Pimenta, em sua entrevista semanal na TV 247, ao ser questionado sobre os argumentos da esquerda de que o bloco com Rodrigo Maia seria um fortalecimento de uma oposição a Bolsonaro, devolveu a pergunta questionando: ” mas Maia não está mais com Bolsonaro?”.
Na explicação, o companheiro ainda mostrou que Maia agiu como verdadeiro cão de guarda de Bolsonaro enquanto esteve na presidência da Câmara. Não passou para frente nenhum dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro e passou tudo o que foi de leis contra o povo.
De fato, a esquerda que se aliou a Maia está vendendo um mercadoria falsificada. Maia não é oposição, Maia é situação. Maia é o principal sustentador do governo Bolsonaro. Inclusive, como homem de confiança da burguesia e de sua ala golpista tradicional, Maia foi o responsável por colocar em votação na Câmara as medidas mais relevantes do ponto de vista da burguesia, ponderando os excessos demagógicos de Bolsonaro e ao mesmo tempo preservando o governo de uma crise com a abertura de impeachment.
De fato, Maia é o vigilante do governo Bolsonaro. Se o deputado de DEM – partido da ditadura militar – for oposição, o Brasil está perdido.
Há ainda aqueles que afirmam que Maia e seu bloco é uma manobra para “defender a democracia”. Justo o partido da ditadura? Na realidade, a esquerda, ao falar em democracia, está revelando com belas palavras a sua extrema adaptação ao regime político. É que alguns setores dessa esquerda cuja preocupação não difere dos setores da direita, querem preservar esse regime podre, antidemocrático, golpista, responsável pelo massacre do povo. Não querem derrubá-lo mas, no máximo, propor algumas mudanças – de comum acordo com os golpistas.
Enquanto for assim, maior será a derrota da esquerda diante da direita, cada vez mais dependente da política dos golpistas, como vem acontecendo nas principais polêmicas políticas do último período em que a esquerda se recusou a apresentar uma política independente. E assim, não apenas a esquerda se anula diante dos golpistas, mas fortalece a extrema-direita, que de maneira demagógica, procura aparecer com contestadora desse regime.