De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, o Nordeste está prestes a se tornar a região com maior número de casos confirmados de coronavírus no Brasil, superando o Sudeste, por muito tempo disparado a frente.
São cerca de 120 mil pessoas infectadas, levando em conta apenas os dados oficiais, nos nove estados da região, já no Sudeste, o número está “apenas” com 11 mil a mais, totalizando 131 mil casos.
Há um mês, a região concentrava 17,6% dos casos registrados em todo território nacional. O aumento, foi de mais de 77% neste breve período, correspondendo agora a 31,2% de todos os casos nacionais.
Em números, cerca de 25% da população brasileira vive na região, no entanto o número de casos corresponde a nível nacional um valor muito maior (31%).
Assim como a relação entre os países europeus e o Brasil, o Nordeste é uma das regiões mais atrasadas do país. A fome, a miséria e a extrema desigualdade social estão presentes em todos os estados, um terreno fértil para a proliferação do vírus.
Outro fator que marca esta crise é a presença das fortes oligarquias, controladoras dos estados, das quais representam um forte retrocesso social e econômico, atingindo o povo nordestino em um estágio ainda mais aprofundado de exploração.
Dessa forma, o Nordeste é junto ao Norte e o Centro Oeste, uma das regiões mais massacradas, mesmo em tempos “normais”. Com a pandemia do novo coronavírus e a crise econômica, esta situação aprofundou-se.
Se em grandes cidades como São Paulo care-se de investimentos na área da saúde, o Nordeste sequer tem, em muitas cidades, condições de fornecer um minimo atendimento qualificado.
Neste momento, é imperativo da situação a necessidade de organizar e mobilizar os trabalhadores contra este verdadeiro massacre em todo país, com especial destaque a população nordestina, a que mais irá sofrer no ápice da pandemia. A exemplo do Conselho Popular de São Félix do Coribe, na Bahia, criado pela política do PCO, a esquerda deve agir de imediato, abandonando os escusos acordos com as oligarquias, como a família Gomes, e impulsionar a luta por um verdeiro governo dos trabalhadores.