É interessante como a Rede Globo, a empresa de comunicações mais influente do Brasil e defensora da Lava Jato, se cala quando ela é o objeto das denuncias. Por isto é válido quando o Jornal da Record, programa jornalístico desta emissora de televisão, ligado ao Bispo Edir Macedo da Igreja Universal do Reino de Deus, relembrou os vários casos envolvendo a empresa da Família Marinho com as entidades esportivas tanto internacionais como estrangeiras de modo a garantir o monopólio na transmissão das competições futebolísticas existentes.
A reportagem relembra três casos principais. O primeiro de 2010 quando o procurador suíço Thomas Hildbrand anunciou um acordo com o presidente da FIFA na época, João Havelange, e o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, arquivando a ação criminal contra os dois só que entre os documentos liberados existia a revelação do pagamento de propina aos dois dirigentes no total de 37 milhões de francos suíços as empresas Globo.
O segundo caso é o aberto pela justiça dos Estados Unidos em 2014 o chamado “FifaGate” que levou à condenação de vários dirigentes esportivos inclusive Jose Maria Marin (na época o presidente da CBF), a queda de Blatter e, possivelmente, impede que Marco Del Nero viaje para fora do Brasil.
A reportagem relembra a delação do empresário argentino Alejandro Burzaco a Corte Judicial de Nova York ocorrida em novembro de 2017 onde ele afirma que a Globo, a Fox entre outras empresas pagaram propinas a cartolas da América do Sul para garantir o monopólio da transmissão de competições como a Copa América e a Copa Libertadores.
Por fim o caso mais surpreendente o roubo do processo na Receita Federal relativo a cobrança dos impostos devidos a compra dos direitos de transmissão da copa de 2002 por uma funcionaria da própria Receita Federal. Como mostra a reportagem esta funcionária acabou presa mas as organizações Globo nem foram processadas uma vez que em 2014 conseguiram entrar num programa de anistia fiscal.
Ainda que a reportagem tenta dizer que atualmente estas organizações não conta mais com uma proteção das instituições federais. A realidade é que nem o Ministério Publico ou a Receita Federal ou a Polícia Federal se esforçam em investigar os vários desmandos e manobras desta gigante da comunicação com ligações com os governos brasileiros desde a Ditadura com é demonstrado em vários livros em especial o ultimo do falecido jornalista Paulo Henrique Amorim, O Quarto Poder. Só que estas instituições não se cansaram até conseguir impedir que Lula fosse candidato em 2018.