O ensino presencial foi suspenso até o final do ano nos estados de Santa Catarina, em toda rede estadual de ensino público, e de São Paulo, na rede municipal de algumas cidades. Porém, ainda restam dúvidas se o mesmo posicionamento será adotado nas outras redes municipal e estadual de ensino. O certo é que os governos locais e estaduais, mais preocupados em atender as necessidades do mercado financeiro, anuncia que a suspensão das aulas presenciais, mas autoriza a abertura das escolas para outras atividades pedagógicas.
Em Tupã, município do estado de São Paulo (SP), a Secretaria Municipal de Educação resolveu acatar o posicionamento dos pais determinando a suspenção das aulas presenciais na rede municipal de educação para este ano. A decisão foi tomada depois de ouvir a opinião dos pais, por meio de um questionário, que foi debatido com outros órgãos da administração municipal. A maior parte entendeu que não existe ainda a segurança necessária para a retomada das atividades presenciais. Cabe saber se o município, vai seguir as orientações do prefeito Covas, que está incentivando o retorno imediato, por meio do retorno das atividades extracurriculares para os alunos do Ensino Infantil, Fundamental e Médio. O prefeito fascista de SP divulgou no último sábado (26) as regras para a retomada das aulas presenciais de reforço na cidade, para o próximo dia 7 de outubro. As escolas devem funcionar apenas com 20% da capacidade por turno e cada aluno deve frequentar o colégio apenas por duas horas, em dois dias na semana. Essa medida não passa de pura demagogia do governo local, já pensando nas eleições.
Já no estado de Santa Catarina (SC), a Secretaria de Estado da Educação, suspendeu as aulas presenciais na rede estadual de ensino até o fechamento do calendário do ano letivo de 2020. As aulas do ensino remoto continuam até dezembro. Contudo, estão permitidas atividades presenciais de apoio pedagógico, para os estudantes que não conseguem acompanhar o ensino remoto, o que na prática representa um retorno já agora em outubro. As redes municipal, privada e federal de SC têm autonomia para decidir como conduzir as ações pedagógicas e a retomada, porém, de acordo com o que estabelece o Plano de Contingência Estadual para Educação (PlanCon) e mediante o acompanhamento e a atuação dos comitês municipais. A secretaria começou uma série de capacitações para os gestores regionais para a retomada de atividades escolares no estado.
Dessa forma, fica evidente que na verdade a suspensão nos estados de SC e SP, não foi bem uma suspensão, pois o retorno escalonado, mesmo que seguindo as normas de segurança estabelecidas no PLanCon, estará colocando em risco as crianças, funcionários, pais e professores. A decisão de não retorno as aulas presenciais, o que é esperado pela maioria da comunidade escolar, só seria válida se fosse realmente manter a escola fechada e se fosse estendida para todas as redes municipais, estaduais, privadas e para as faculdades. É preciso fazer uma ampla campanha com professores, estudantes e toda a comunidade escolar, para barrar não apenas a volta às aulas presenciais, como também a farsa do ensino remoto, e seu projeto de privatização do ensino público.