Mais uma “pancada”, os trabalhadores da área de educação no interior do estado da Bahia são acometidos com a demissão. A prefeitura de Eunápolis demitiu 400 trabalhadores (professores e profissionais de apoio, como merendeiras, vigilantes, auxiliares de classe, entre outros), usando a métrica do efeito da pandemia no orçamento como a principal causa.
Entretanto, os trabalhadores temporários da educação reagiram com os punhos firmes, queimando pneus na altura do trevo que liga a BR-101 com a BR-367. O imperialismo local abre o pacote de maldades e os trabalhadores reagem protestando de forma contundente. As reportagens na mídia imperialista argumentam que a motivação das demissões é decorrente da baixa arrecadação do município, destacando também que os trabalhadores tinham vínculo temporário. Todavia, em nenhum momento são tratados os efeitos e os impactos das demissões no município, sobretudo em relação ao bem-estar dos trabalhadores e das suas famílias.
Todos sabem que a “métrica” do imperialismo segue a lógica fascista, tratando questões estruturais do mundo do trabalho a partir de violências simbólicas, demissões oportunistas e pressões psicológicas de todas as ordens. O uso do pacote de maldades contra os trabalhadores da educação em Eunápolis mostra como são os fascistas desta nova ordem. Eles usam todo tipo de argumento, inclusive as dificuldades da arrecadação municipal, que é um problema do mundo capitalista em desordem. Esta justificativa é a métrica das maldades arquitetadas desde o golpe de 2014.
O comportamento da imprensa burguesa na divulgação da reação dos trabalhadores já era esperado, dadas as características dos interesses locais dos grupos dominantes e, sobretudo, o modo como foi formado o município até a sua emancipação na década de 1980. A cidade de Eunápolis foi criada pela Lei Estadual 4770/88, no governo de Valdir Pires. Na época, os problemas sociais oriundos da pressão populacional foram acomodados com a promulgação da Constituição de 1998. Da emancipação do vilarejo aos dias atuais, o município teve uma explosão populacional, sendo apelidada como “Maior Povoado do Mundo”. Obviamente, este vulto populacional deve-se ao reduto eleitoral do PMDB (hoje MDB), um partido nocivo, que foi o principal ator do golpe de 2014.
Portanto, as contradições deste município são frutos de políticas públicas oportunistas existentes há cerca de 30 anos, que, além do equívoco populacional, sangram os cofres públicos, atendendo aos interesses de políticos oportunistas.
A educação por ser um dos pilares sociais deveria ter um olhar mais detido e responsável por aqueles que fazem políticas públicas, o que não é o caso dos golpistas. Vale destacar que a educação básica representa a principal formação para os cidadãos e para o crescimento dos municípios.
É preciso se solidarizar com estes trabalhadores, na luta contra os golpistas, que querem acabar com a educação do povo brasileiro. Os trabalhadores da educação, independente da formalidade dos vínculos, devem ser respeitados e tratados com dignidade, e isso só virá pela luta.