Nesse sábado (23), manifestantes foram reprimidos pela polícia no Rio de Janeiro. Profissionais da área da saúde, entre médicos e enfermeiros, protestaram na Praça do Pedágio, na Linha Amarela do Rio, pela abertura de mais leitos para pacientes de coronavírus e por mais equipamentos de proteção individual (EPIs) contra o vírus.
Com faixas contra a morte dos 100 profissionais da saúde, pela quarentena geral, e contra Bolsonaro. Além das faixas, com um boneco do golpista Jair Bolsonaro chamou a atenção para o genocídio em marcha promovido pela política de omissão do presidente à pandemia que está assolando o mundo.
Os policiais, inicialmente, ordenaram que ocupassem apenas o acostamento, contrapondo ao bloqueio dos carros em frente ao pedágio da Linha Amarela. Os profissionais da saúde obedeceram e seguiram a manifestação aos carros que passavam. Ao final do protesto a polícia deteve dois dos manifestantes por descumprir ordens de isolamento social.
Aos policiais, um dos manifestantes exclamou: “Somos trabalhadores da saúde. Ao invés de estarmos recebendo apoio, estamos recebendo ordem de prisão”. Outro, o médico Carlos Vasconcelos, encaminhado ao Juizado Especial Criminal, reafirmou que não descumpriu o isolamento:
Esse protesto foi pensado com distanciamento por conta das questões do isolamento. Foram dez pessoas entre médicos e enfermeiros, com equipamentos de proteção. Em outros países, nós temos sido aplaudidos. No Brasil, é isso que nós vemos.
Está claro que os governos dos Estados e prefeituras, como no Rio, estão aproveitando o isolamento social para rasgar todo e qualquer livre direito de manifestação. O próprio lockdown, imposto por prefeituras, como em Manaus, é o espelho do medo da burguesia frente à indignação do povo brasileiro à condição de exposição total dadas pelos governos para combaterem a pandemia.
Ao invés dos governos criarem planos concretos de combate ao coronavírus, de tratamento do doentes, da oferta gratuita de equipamentos de proteção e higiene, e políticas de manutenção básica da vida. Dada a crise política e econômica no país, os governadores golpistas, capachos da burguesia, colocam a Polícia Militar para reprimir e assassinar ainda mais o povo.
É preciso reagir à altura. É preciso manifestar. Mais organização popular e mais mobilização para ocupar às ruas do país, parar o trânsito como fizeram os profissionais da saúde. Parar os postos de trabalho para quarentena geral. É preciso fazer ecoar o coro dos chilenos:
Se podemos trabalhar, podemos protestar!
Gritar por fora Bolsonaro, fora todos os golpistas e Eleições Gerais imediatamente!