O prefeito de Taubaté, Bernardo Ortiz Júnior (PSDB), é responsável pela demissão de 140 trabalhadores do consórcio EcoTaubaté, responsável pela limpeza urbana no município. As demissões ocorrem em meio à pandemia do Covid-19, em um momento onde a situação é extremamente difícil e não há qualquer possibilidade conseguir de emprego.
As demissões ocorreram no início do mês de junho, após a Prefeitura proceder ao corte de custos do contrato da empresa, que giravam em torno de R$ 6,1 milhões mensais. Segundo o prefeito tucano, o corte tem relação com a “crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19” e “trata-se de medida excepcional e temporária, por conta dos efeitos econômicos causados pela pandemia”.
Por meio de um comunicado divulgado à imprensa, o prefeito afirmou que os serviços de coleta seletiva de lixo e outros serviços serão reduzidos entre 1º de julho e 1º de novembro. Serviços como capina, poda de árvores e varrição também terão capacidade de atendimento reduzida. Outros tipos de serviços, como varrição mecanizada, pintura de meio fio, limpeza de bocas de lobo e conscientização ambiental serão totalmente paralisados.
De todos os servidores da Prefeitura de Taubaté, o setor mais proletário e mais precarizado foi o primeiro a sofrer com demissões massivas. Em geral, os servidores da área de limpeza urbana recebem salários mais baixos, têm jornadas de trabalhos longas e péssimas condições de trabalho. Isso quando eles não são terceirizados e não desfrutam de nenhum direito. É notório o baixo índice de sindicalização destes trabalhadores e as dificuldades para se mobilizar em defesa de seus direitos, uma vez que o controle e a perseguição dos patrões é sistemática.
Além disso, estes setores são os mais afetados pela pandemia do Covid-19. É necessário que o Sindicato dos Servidores Públicos de Taubaté organize uma campanha para barrar as demissões, com a ocupação dos prédios públicos, se necessário. Em meio à pandemia, o prefeito Ortiz procura economizar recursos ao preço de atirar trabalhadores e suas famílias na miséria e na total ausência de perspectiva de vida.
Os governos de direita, no caso os tucanos, não têm qualquer preocupação com as condições de vida da população. Eles se utilizam da pandemia para avançar na retirada de direitos, demitir trabalhadores e economizar recursos públicos para socorrer os capitalistas e os bancos. As demissões promovidas por Ortiz fazem parte de um projeto da direita em conjunto. Enquanto o país afunda na doença e na miséria, os partidos burgueses procuram salvar os negócios e os lucros da burguesia.