Enquanto a pandemia de COVID-19 provoca uma das maiores crises dos últimos cem anos, Rafael Greca (DEM-PR), prefeito de Curitiba, faz demagogia com a população e diz que o plano de contingência é plenamente satisfatório, isto é, não há necessidade de medidas práticas contra a doença.
Nesta quinta-feira (26), em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, Greca respondeu algumas perguntas acerca dos preparos e cuidados a serem tomados no combate ao coronavírus. Quando perguntado sobre a necessidade da construção de um hospital de campanha em estádio, Greca afirmou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não deixará faltar nada à população, que o SUS é meritório, extraordinário, e que o ministro é formidável. Greca diz estar admitindo 50 médicos e 10 enfermeiras sênior para o SUS curitibano, o que, notoriamente, não chega perto das necessidades vitais da população. O prefeito – quando indagado sobre a articulação com outras frentes – respondeu que as igrejas estão colaborando, que foi criado uma Central do Voluntariado. Trata-se, portanto, de puro cinismo. O prefeito está jogando com a sorte da população, tratando uma questão emergencial de forma displicente. Tirando a demagógica contratação de médicos e enfermeiros, o prefeito não está fazendo absolutamente nada.
Os casos de coronavírus só vem aumentando. Nesta quarta-feira (25), mais dez novos casos foram registrados na cidade. Segundo os registros da prefeitura, são 56 casos confirmados na capital paranaense, sendo 135 o número de suspeitos. Considerando o fato do prefeito seguir às cegas as orientações do ministro da Saúde, podemos imaginar a realidade em que a população vive, já que não há testes disponíveis para confirmação. De acordo com o boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), divulgado nessa quinta-feira (26), há possíveis 3.487 casos em investigação.
A situação das favelas é ainda pior. Além da escassez de água, faltam sabonetes para higiene das pessoas. A Central única das Favelas (Cufa), em Curitiba, está realizando a campanha “Favela contra o Vírus”, onde a ideia central é conseguir o básico para mais de 300 famílias. A campanha busca recolher produtos de higiene, especialmente sabonete para lavar as mãos. Enquanto isso, Greca dá o recado para os que se mostram muito aflitos. Para ele, basta fazer uma oração, que é um caminho muito bom quando nos empurram para além do que nossa força parece aguentar.




