As grandes corporações e os monopólios capitalistas, muitos deles apoiadores da extrema-direita em diversos países, inclusive com o financiamento direto a grupos neonazistas que destilam discurso de ódio, estão, neste momento, reagindo com preocupação ao crescimento descontrolado dos bandos fascistas. Não são poucos os registros que dão conta do aumento da extrema-direita em quase todos os continentes, onde se verifica um crescimento exponencial de partidos e candidaturas ao governo de países onde imperam o discurso e uma plataforma abertamente direitista, reacionária e xenófoba, com um conteúdo de discriminação e ataque a minorias, como gays, lésbicas, negros, ciganos, imigrantes, etc.
O que preocupa os magnatas do grande capital ao redor do mundo, em particular nas potências imperialistas, é o acirramento da crise capitalista mundial, que conduz à polarização e à radicalização do conflito de classes. Essa situação vem gerando instabilidade política e social nas metrópoles capitalistas do ocidente, em particular nos EUA, onde os grandes grupos econômicos vêm protestando contra os ataques da extrema-direita, particularmente fazendo uso de um discurso de ódio nas redes sociais.
Um fato que ilustra bem essa situação vem dos Estados Unidos, onde grupos poderosíssimos como a “Coca-Cola, Unilever, Hershey Co e North Face se uniram à campanha #StopHateforProfit (pare o ódio pelo lucro, em português) nas últimas semanas e suspenderam ou interromperam seus anúncios no Facebook e em suas respectivas plataformas. As corporações pedem medidas mais rígidas sobre a moderação de discursos de ódio na rede social de Mark Zuckerberg.” (Portal GGN, 27/6).
O temor dos grandes conglomerados econômicos é plenamente justificável, pois a polarização surgida do acirramento das contradições está conduzindo a situação mundial a uma profunda instabilidade dos regimes políticos ditos “democráticos”, com consequências imprevisíveis para todo o conjunto do sistema, o que pode fazer desmoronar todo o edifício capitalista e a ordem mundial sustentada na gigantesca e descomunal exploração do grande capital contra os povos e nações.
Nesse sentido, a esquerda nacional, e também a internacional, não podem e não devem apoiar nenhuma ação repressiva, mesmo contra a extrema-direita, que tenha origem no aparato repressivo e nas leis do Estado burguês capitalista, pois essas leis existem para atacar as liberdades democráticas, e, invariavelmente, acabam se voltando contra a esquerda, a mobilização e a luta dos trabalhadores.