Como um representante de um império que visita suas colônias, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, realiza – desde ontem – visita a alguns países da America Latina, na região próxima à Venezuela, para defender os interesses dos monopólios norte-americanos na região e, abertamente, tramar contra a soberania do povo venezuelano e pela derrubada do governo do presidente Nicolás Maduro, do PSUV.
Sem esconder seu caráter de articulador de golpes, Pompeo iniciou sua visita por Suriname, o que foi destacado pela imprensa internacional como um “voto de confiança” no novo governo local. O pequeno país, de apenas 750 mil habitantes, tem um enorme reserva de petróleo e ouro e teve uma eleição na qual o imperialismo impôs – seis meses após a votação – a “vitória” do candidato aliado com o imperialismo norte-americano.
Na sequência, Pompeo iria para a Guiana, onde – desde dezembro do ano passado -, a ExxonMobil iniciou a exploração comercial de uma enorme reserva de petróleo descoberta em 2016. Dona das marcas Exxon, Mobil e Esso, a empresa é a segunda em valor de mercado no Mundo (U$580 bilhões).
Além de cuidar do negócios e interesses dos grandes monopólios norte-americanos na região, a visita tem como objetivo central e ponto alto, a passagem pelo Brasil e pela Colômbia, países governados por governos de extrema direita e que atuam como verdadeiros “governadores-gerais” ou súditos, do governo norte-americano e das empresas cujos interesses ele representa.
Cinicamente, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Morgan Ortagus, declarou que a visita ao Brasil tem como intenção destacar “a importância do apoio dos EUA e do Brasil ao povo venezuelano”. Para encenar tal apoio, o secretário de Trump encontra-se hoje com um grupo de imigrantes venezuelanos no País, vinculados à direita que tenta há quase 20 anos derrubar o governo daquele País, com apoio dos EUA, para – da mesma forma que nos países vizinhos – assumir o controle das riquezas daquele País, que tem as maiores reservas de petróleo do planeta e cerca de um quinto do total mundial do ouro negro.
Trata-se de mais um ato contra a Venezuela, seu povo e o governo escolhido, democraticamente, pela esmagadora maioria da população e cujo partido tem nova vitória eleitoral – com ampla margem de votos – prevista para ocorrer nas eleições legislativas marcadas para 6 de dezembro.
Na mesma semana da visita de Pompeo, supostos “especialistas”, contratados a peso de ouro pelo imperialismo indicaram à ONU que se abra uma acusação formal junto ao Tribunal Internacional acusando o legítimo presidente da Venezuela, Nicholas Maduro, de “crimes contra a humanidade”, por supostas torturas contra “opositores” do regime, na realidade mercenários contratados por uma potência estrangeira para derrubar o governo eleito pelo povo venezuelano.
Quem são os assassinos?
A acusação é fomentada pelo País que tem mais de 200 mil mortos na pandemia, por falta de atendimento para a população pobre, negra e latina; que tem mais de 2 milhões de presos (a maior em termos percentuais do mundo, evidenciando o caráter policialesco e ditatorial do regime) e que vive um entre onda de protestos por ter uma polícia que atira pelas constas em cidades negros, que invade países para roubar suas riquezas naturais.
Os principais apoiadores dessa iniciativa na América Latina são governos genocidas como o de Bolsonaro, que levou o Brasil a deter a indesejável posição de segundo colocado em mortes pela pandemia (cerca de 135 mil pelos números falsificados do governo) e no qual a PM bate todos os meses recordes letalidade em sua terra contra o povo pobre e negro e o de Ivan Duque, da Colômbia, que com cerca de 50 milhões de habitantes tem cerca de 24 mil mortos na mesma pandemia e vem fuzilando nos último anos centenas de ativistas e ex-guerrilheiros da FARC que depuseram suas armas, após um acordo de paz que a covarde direita pró-imperialista não cumpre.
Capachos e provocadores
O que está em curso é uma operação de rapina e de provocação contra a Venezuela e todo o povo latino americano. Para fazer valer seus interesses, o imperialismo está disposto a armar todo o tipo de provocação para promover, inclusive, uma invasão de troas comandadas pelos EUA contra o país vizinho, ameaçando – inclusive – levar à morte milhares de latino americanos.
Incapaz e conquistar o poder por meio do voto, do apoio popular à seus súditos, o imperialismo não tem outra arma se não organizar golpes e invasões para colocar abaixo os governos que não se curvem integralmente à sua politica em nosso continente e em todo o Mundo.
O exército pseudo nacionalista brasileiro, que já tem até general servindo em tropas estrangeiras sob o comando dos norte-americanos,, juntamente com as tropas fascistas da Colômbia se presta a esse serviço de capacho do imperialismo, responsável por vários crimes, entre eles o de lesa pátria.
A esquerda e as organizações dos trabalhadores de todo o continente tem que denunciar e mobilizar contra toda essa operação criminosa, contra a intervenção imperialista em nosso continente, contra o bloqueio a países como Venezuela, Cuba e Nicarágua e em defesa da autodeterminação dos povos frente ao imperialismo.
Fora Pompeo, fora o imperialismo norte-americano, abaixo os governos lambe-botas de Bolsonaro e Duque.