Da redação – Um vídeo divulgado na noite de ontem (18) nas redes sociais mostra um grupo de policiais militares agredindo alunos de uma escola estadual na região do Rio Pequeno, Zona Oeste de São Paulo.
As imagens são claras: os PMs invadem a instituição e golpeiam os estudantes com socos, chutes, gravatas, rasteiras, linchamentos quando os jovens já estão imobilizados. Um dos policiais, inclusive, saca uma arma e aponta para os alunos, ameaçando disparar.
Dois estudantes foram levados algemados pelos policiais para o 91º Distrito Policial, na Vila Leopoldina. Eles foram detidos por desacato.
A ação teve origem quando um jovem foi reivindicar diante da direção da escola que seu nome não estava na lista de alunos matriculados. Ou seja, ele queria estudar. Diante do desentendimento, a direção chamou a PM, de maneira totalmente desnecessária. Tanto é que o Conselho Tutelar, após o ocorrido, informou que vai encaminhar denúncia ao Ministério Público e à Defensoria Pública do Estado de São Paulo contra a PM e a direção da escola.
“Foi uma situação de abuso de autoridade tanto por parte da escola como da Polícia Militar. Isso não pode acontecer dentro de uma escola. Vamos pedir para o Ministério Público de São Paulo tomar as medidas necessárias neste caso. Os alunos estão com medo de ir para a escola”, disse o conselheiro tutelar Gledson Deziatto.
Entretanto, diante de uma invasão absolutamente criminosa e repressiva, que colocou em risco a própria vida dos alunos, qualquer ação do MP ou mesmo o afastamento dos policiais da corporação não irá modificar em nada a situação, principalmente porque não se trata de um ato isolado, mas de uma política cada vez mais comum das forças repressivas sob o comando da extrema-direita.
O caso se insere na conjuntura em que um governo de características fascistas a nível nacional, e outros do mesmo espectro a nível regional, implementam uma série de medidas para impor uma ditadura militar nas escolas e universidades, como a militarização das instituições de nível fundamental e médio, o “Escola Sem Partido” e a nomeação de interventores federais em diversas universidades.
Os estudantes, tanto secundaristas como universitários, devem reagir politicamente a essas medidas autoritárias, ditatoriais e fascistas. É preciso que as entidades estudantis se organizem para impedir esse tipo de ação e expulsar os elementos fascistas que atuam dentro das instituições, porque são elementos que se dirigem diretamente contra qualquer tipo de democracia e autonomia dos estudantes.