Trabalhadores do acampamento Manoel Ribeiro, em Rondônia, sofrem perseguição das forças repressivas do Estado burguês.
Os trabalhadores camponeses denunciam que após as eleições a perseguição tem se intensificado. A intimidação tem ocorrido pelo grupo de operações especiais da polícia militar juntamente com a polícia civil.
Os trabalhadores camponeses denunciam que essas forças repressivas circulam pelo território abordando camponeses nas estradas e moradores da região e bares. Segundo eles uma viatura foi identificada e outra estava à paisana no dia 04 de dezembro, data que realizaram abordagens intimidatórias nos estabelecimentos portando armas pesadas. Nessa ocasião, fotografaram documentos pessoais dos presentes e tiraram fotos dos rostos do pessoal pegando, também, números telefônicos.
Os camponeses denunciam que nas abordagens feitas pelos policiais deixam claro o ódio aos pequenos trabalhadores rurais e Sem Terra. Buscam, constantemente, criminalizar a luta pela terra e, nos questionamentos durante as abordagens, perguntam se os trabalhadores conhecem o Acampamento Manoel Ribeiro, os moradores de lá e a Liga dos Camponeses Pobres. Também fazem questão de deixar evidente suas opiniões sobre os camponeses. Ofendem os trabalhadores afirmando serem todos vagabundos e que roubam terras alheias.
Diante de tudo isso, camponeses não se intimidaram. No mês de Outubro em que também ocorreu ação policial intimidatória na região e no Acampamento Manoel Ribeiro, um grupo de acampados foi até a frente da ocupação onde estavam as viaturas vigiando o local e proferiram palavras de ordem e canções de luta, bem como ergueram suas bandeiras, suas enxadas e foices. Observando a disposição dos acampados, os policiais se apresentaram como sendo da Operação “Paz no Campo”, saíram do local e ficaram de tocaia na esquina que dá acesso ao Acampamento Manoel Ribeiro.
De acordo com moradores, as viaturas fizeram parada no latifúndio Nossa Senhora e montaram 4 blitz na MC01 em que continuaram as arbitrariedades e tentativas de coação da população que vive em torno do acampamento e dos próprios trabalhadores do acampamento. Os moradores denunciam que as abordagens são intimidatórias (filmam, revistam, querem acesso aos celulares) e também já sequestraram, ao menos, duas motos.
Diante de tudo isso se faz necessário a formação de comitês de auto defesa. A posição dos trabalhadores em não baixar a guarda em relação às ameaças dos policiais é extremamente positiva e deve ser somada a todos que apoiam o movimento de luta pela terra. Tal situação também chama atenção para a necessidade do fim da Polícia Militar. Instituição que só serve para reprimir o povo e defender os interesses burgueses e, nesse caso em especial, os interesses dos latifundiários.