Após o assassinato de um tenente da reserva, Figueiredo Sobrinho, no dia 2 de outubro em Rondônia em um latifúndio de Nova Mutum-Paraná, distrito da capital Porto Velho, o Comando da PM do Estado informou na manhã de domingo (4) que encaminharia um efetivo de 60 homens com apoio de um helicóptero, do Núcleo de Operações Aéreas da SESDEC e corpo de bombeiros para “investigar” o ocorrido. A situação tem se agravado, onde ainda na madrugada do dia 3, equipes da Policia Militar foram deslocadas para o local e houve um suposto confronto e dois policiais foram baleados e um veio a óbito.
Usando o ocorrido, sem nenhuma prova, a imprensa burguesa tratou logo de culpar a Liga dos Camponeses Pobres (LCP), e o Movimento Sem Terra, que tem o acampamento Tiago Santos próximo ao local do crime com as acusações diversas e variadas. Prevendo o que poderia acontecer com as famílias do acampamento e sabendo como agem o braço armado do estado contra as populações camponesas, ainda mais no Brasil atual com um fascista no poder, que trabalha junto ao governador coronel Marcos Rocha (PSL) seu aliado, a LCP emitiu uma nota afirmando que não tem nada a ver com o ocorrido naquela área.
A LCP junto ao MST exigiram a imediata retirada da PM da região, que nesse momento já se faz presente no local intimidando, e atacando os trabalhadores. E ainda diz, que se tivesse ocorrido algum confronto entre camponeses e os militares era pra ter pessoas do acampamento feridas, o que não há. E denuncia em trecho da nota, “As trapalhadas, acertos de contas e fracassos destes guaxebas que usam farda em Rondônia que eles resolvam entre si e seus patrões grileiros, políticos e latifundiários. Lavem sua boca suja para falar dos camponeses, “sem terra” e da LCP.”
A criminalização da Liga do Camponeses Pobres pela imprensa golpista não é novidade, são classificados até como criminosos. Já acontece desde anos atrás – e ainda continua acontecendo – onde essas mesmas empresas de jornalismo fizeram uma imensa campanha que ja dura mais de uma década acusando a organização dos camponeses LCP de narcotraficantes para justificar um massacre contra as lideranças do movimento especialmente um ocorrido em 2016. As propagandas e mentiras contra os movimentos de luta pela terra por parte dessas imprensas capitalistas, golpistas é modus operandi.
De acordo com a nota da LCP, são mais de 600 famílias, com aproximadamente 2000 pessoas entre, homens, idosos, mulheres e crianças no acampamento Tiago Santos, e que lutam por uma terra pública, que foi criminosamente e ilegalmente grilada, roubada e usada pelo latifundiário Antônio Martins dos Santos, conhecido como Galo velho, que foi preso esse ano em julho em uma operação policial conhecida como “amigos do rei.”
No entanto, mesmo diante da explicação dos camponeses de que não tem nenhuma relação com o crime, é importante lembrar que estamos sob um golpe de estado e com um governo de extrema direita, que inclusive faz campanha descarada em seus discursos e redes socais contra as organizações populares e movimentos de luta pela terra. E o governo do Estado, claramente alinhado ao projeto fascista, já montou um verdadeiro aparato de guerra, disponibilizando armas, viaturas, aeronaves e dezenas de homens para reprimir a LCP e os sem terra, e nesse caso estão diretamente preparando um massacre contra o povo do acampamento em Porto Velho.
Ultimamente esse ataques contra os movimentos de luta pela terra, tem apoio inclusive de órgãos estaduais em que deveriam defender os camponeses. No entanto com o aparelhamento dessas instituições por parte do governo fraudulento e criminoso, atuam deliberadamente contra a luta pela terra. É preciso denunciar, organizar e mobilizar a população em geral contra esse genocídio que está prestes a acontecer.