Neymar Jr., o melhor jogador de futebol da atualidade, do mundo, está no centro de uma polêmica racial, na qual, de vítima de racismo, passou a racista, em questão de dias.
É uma operação relativamente comum, por exemplo, para o negro que foi em uma delegacia tentar registrar um crime que ele foi alvo. Primeiro vão verificar se ele mesmo não é o criminoso. Daí também que muitos negros já não contam com a polícia para nada.
Um zagueiro, simpático à extrema-direita espanhola, chamou Neymar de macaco (“mono”, na linguagem espanhola), em uma partida disputada dias atrás. Neymar revidou, dando um leve soco no rapaz, e pegou dois jogos de gancho.
Em seguida, se esforçaram para encontrar um vídeo em que Neymar teria sido homofóbico. Agora, ontem mesmo, estão dizendo que, na verdade, Neymar é o racista, ao supostamente ter ofendido um japonês por sua nacionalidade. Amanhã, haverá novo crime pesando sobre Neymar, e sabe Deus do que mais ele pode ser acusado.
Uma pessoa comum ficar na defensiva, não conseguir defender Neymar nesta situação, é até compreensível, afinal, a imprensa impõe, ela mesma, a versão que deve ser adotada diante do caso. O cidadão é massacrado pelo monopólio da comunicação.
O que chama atenção é a esquerda não falar absolutamente nada. Observar o caso e, quando fala à respeito, ataca Neymar, dizendo que ele não pode ser defendido, que tem dinheiro, que se vire. Uma posição covarde, sem princípios. O chamado identitarismo, que defenderia o negro acima de tudo, que enche o saco com um monte de códigos de conduta, virou às costas para Neymar.
A defesa desse jogador, neste momento, significa a defesa do futebol brasileiro, deste patrimônio do povo negro brasileiro, do povo trabalhador, que é o futebol tal como o conhecemos na atualidade. Não é a defesa do jogador, individualmente, mas do que ele representa para o povo e seu patrimônio, que, não por acaso, está sendo atacado duramente pelos golpistas. Não importa, nesse sentido, a opinião dele, do Neymar.
Para a esquerda, Neymar era a pior coisa que existia. E, por isso, ele pode sofrer racismo, azar o dele. Ou seja, a luta contra o racismo, para essa esquerda, não se trata de um princípio, de um programa político, mas de uma defesa que só serve para os seus, não é uma política de luta coletiva, mas uma demagogia rasteira.
A esquerda, para variar, faz um exercício tremendo para encontrar, mais uma vez, uma justificativa para não fazer nada.
De toda sorte, até aqui, nenhuma novidade. O tratamento dispensado ao jogador Neymar, é o mesmo que qualquer outro negro usualmente recebe.
Outros tantos se queixam que Neymar deveria ser militante, combativo contra o racismo etc., quando, na verdade, quem precisa ser militante combativo é justamente a esquerda que o acusa.