Para iniciar esse artigo, devemos definir que o que está acontecendo com os trabalhadores em frigoríficos, em especial ao JBS/Friboi, não é uma mera fatalidade, mas o modus operandi de um grupo industrial que é considerado como o campeão em acidentes e doenças do trabalho no Brasil.
Devemos, ainda, denunciar a política, igualmente criminosa do governo dos patrões, cujo objetivo é tornar legal todas as atrocidades cometidas por esses exploradores do suor de seus operários.
Com o coronavírus, os patrões e seu governo decidiram que o setor da alimentação é essencial e, o resultado são os trabalhadores, totalmente vulneráveis serem contaminados como ocorreu no frigorífico do grupo JBS/Friboi da cidade de Passo Fundo, município do estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com o sítio da Reuters em 23 de abril, o Ministério Público do trabalho, em investigação no frigorífico do grupo JBS/Friboi, confirmou que 19 funcionários da empresa na cidade gaúcha tiveram diagnóstico positivo para coronavírus e outros 15 são considerados suspeitos. Além disso, dois familiares de trabalhadores morreram pela doença. Mais de 2000 trabalhadores produzem neste frigorífico, multiplicando por quatro, como em geral é estimado de uma família, sendo um casal e dois filhos, quase 10 pessoas vulneráveis ao contágio do coronavírus. Uma verdadeira tragédia.
O caso veio à tona após o governador Eduardo Leite e a secretária estadual de saúde, Arita Bergmann, comentarem em uma live que uma empresa da cidade havia registrado um surto da covid-19.
Sem divulgar o nome da indústria, o chefe do Executivo estadual afirmou que o caso está sendo investigado para que “se apure exatamente a extensão desse contágio”. Já Anita disse que “não é a primeira região em que acontecem surtos de origem, de dentro de um empreendimento”.
Não se pode estranhar que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite é do PSDB, o mesmo partido de Doria, governador de São Paulo, onde, há quase 30 anos vem escondendo as sujeiras que aprontam no Estado, portanto, negar esconder o nome de um dos frigoríficos, conhecidos como os maiores causadores de acidentes no país, para eles é algo menor.
No entanto, o caso estava sendo escondido por debaixo do tapete antes do dia 20 de abril, quando começou a inspeção pelo MPT e, somente na sexta-feira (24) é que o frigorífico foi interditado.
Quem faz as leis nos frigoríficos são os próprios patrões
Os trabalhadores em frigoríficos do mesmo grupo, da JBS/Friboi, no estado vizinho ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina, nas cidades de Forquilhinha e Nova Veneza denunciaram as péssimas condições em que estavam sendo sujeitados, diante da pandemia do coronavírus, não havia equipamentos de proteção e segurança, não se mantinha distância, os ônibus iam a fabrica e voltavam sempre lotados, etc., etc., etc.. estavam totalmente vulneráveis ao contágio do coronavírus e, por isso paralisaram por dois dias suas atividades, onde pediam o fechamento dos frigoríficos e abatedouros. No entanto a “justiça” sempre aliada aos patrões e do governo golpista, decidiu que o serviço era essencial e os trabalhadores teriam que voltar ao trabalho.
Com a tragédia ocorrida em Passo Fundo, fica evidente que o essencial é que os criminosos, donos dos frigoríficos mantenham o lucro de seus frigoríficos a qualquer custo, mesmo que ocorra a morte de milhares de trabalhadores.
A única resposta que tem que se dar contra o objetivo de dos patrões em dizimar uma gama de trabalhadores é a greve por suas vidas e, no caso dos frigoríficos deve ser de caráter geral, pois o que vem ocorrendo no grupo JBS/Friboi, não é um fato isolado.