A iniciativa dos Conselhos Populares realizada já há quatro meses pelo Partido da Causa Operária e Comitê de Luta por todo país, mostra-se cada vez mais uma ferramenta de fundamental importância para a organização dos trabalhadores, sobretudo nos locais onde a ausência da iniciativa estatal é um fator crucial para o esmagamento da população.
Nos mais diversos bairros onde está sendo feito o processo de formação dos Conselhos Populares, relatos de militantes do PCO e ativistas da luta contra o golpe, bem como, de moradores diretamente contatados, demonstram a importância desta iniciativa.
No estado do Paraná, por exemplo, uma dos mutirões responsáveis pela formação de Conselhos, integrou grupos haitianos, tradicionalmente já explorados, vivendo em péssimas condições agravadas ainda mais pela crise econômica e a pandemia. Quando contatados pelos militantes do partido, muitos viram nesta ferramenta de organização uma luz no fim do túnel para sua sobrevivência. O fato do restaurante de campanha ser tão popular no local, é um retratado desta situação.
Em outro mutirão, realizado pelos mesmos militantes, trabalhadores declararam, ao ver a proposta dos Conselhos Populares e pelo Fora Bolsonaro, como algo “para ontem”. Alguns chegaram a perguntar aos organizadores a razão dos Conselhos estarem sendo feitos apenas agora, demonstrando a enorme popularidade da política, ao ponto que as comunidades já pedem, de antemão pela criação destas organizações.
Em outro caso, encontrado no município de Blumenau, os moradores do bairro Ribeirão Fresco prontamente romperam com a direção burocrática e eleitoreira da Associação de Moradores, tornando o Conselho Popular, seu principal meio de mobilização e forma de conquistar seus direitos.
Por todo país, após o impulso inicial dado pelo PCO, Conselhos Populares começaram a desenvolver-se por todas as partes, e ainda onde não há, os moradores já buscam por conta própria, a exemplo de diversas comunidades, a se organizarem independentes do poder público.
Fato é, que na maioria das comunidades periféricas sequer há a presença do Estado, e quando há, é apenas sob a figura da repressão da Polícia Militar. Os moradores estão desassistidos, completamente vulneráveis às demissões em massa e a pandemia. Os recursos dados aos mesmos são irrisórios, quando não existentes.
Dessa forma, os Conselhos Populares não são apenas uma maneira alternativa de organização para muitas comunidades, mas sim, a única ferramenta que da de fato voz aos trabalhadores e permitem que os mesmos lutem por seus direitos. Este feito é de enorme importância para a luta política brasileira, e a expansão dessa iniciativa levará a uma enorme organização e mobilização de todo povo explorado.