Com o início da pandemia, alguns setores não tiveram nenhum dia de quarentena, um exemplo são os petroleiros. Desde o início do contágio, os trabalhadores batem os recordes de contaminação em relação a outras categorias.
Um pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no início de outubro, o estudo aponta que os números de trabalhadores contaminados da Petrobras é o dobro ao número de contaminados em relação à população brasileira.
Comparando o número de infectados da empresa e da população proporcionalmente o número da primeira é bem superior. O estudo revelou que o número de infectados da Petrobras é de 4.448,9 casos a cada 100 mil pessoas, o que corresponde ao dobro da média brasileira, que está em 2.067,9 casos por 100 mil habitantes.
Como aponta a Fiocruz: “a taxa de contaminação da Petrobras seria também 3,16 vezes maior do que registrada no estado do Rio de Janeiro e 2,29 vezes maior do que a de São Paulo”.
A empresa alega que o número é superior, pois a uma realização massiva de teste, um absurdo, pois não é o número de teste, mas sim as condições insalubres que os trabalhadores estão submetidos nas plataformas, sem equipamentos de segurança individual, sem o distanciamento recomendado.
Durante a pandemia observa-se o descaso dos patrões com seus empregados, a fundação Fiocruz é categórica, a contaminação é consequência do trabalho, porém a Petrobras não incluiu a COVID-19 como acidente de trabalho, nem a infecção e nem os óbitos.
“O reconhecimento da covid – 19 como doença do trabalho e a emissão da CAT implica elevar a Taxa de Acidentes Registráveis (TAR), um dos indicadores de desempenho das empresas do setor vinculado a dinâmica da concorrência internacional ”, ressalta o parecer da Fiocruz.
A FUP destaca que a empresa esconde os dados, pois não tomou as medidas de contenção do vírus e nem pretende fazer: “Desde a decretação da pandemia, em março, estamos cobrando da gestão da Petrobras medidas efetivas para evitar a contaminação em suas instalações e também que emita CATs de pessoas infectadas, mas quase nada mudou de lá para cá”, afirma o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Diante dessa situação é preciso que os sindicatos reabram suas portas e debatam uma greve nacional dos petroleiros para evitar a morte de mais de um centena de trabalhadores. Somente a mobilização vai obrigar os patrões a mudar sua conduta frente a situação.