A companhia área norueguesa Norwegian Air Shuttle, anunciou nesta segunda-feira (20) a falência de quatro subsidiárias na Suécia e na Dinamarca, resultando na demissão de cerca de 4,7 mil pilotos e tripulantes. A empresa, conhecida por ser de baixo custo, já se encontrava em grandes dificuldades financeiras, deixando agora sem trabalho 1.571 pilotos e 3.134 tripulantes na Suécia, Dinamarca, Finlândia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
“O impacto que o coronavírus teve no setor de companhias aéreas é sem precedentes”, afirmou o diretor Jacob Schram. “Fizemos o possível para evitar essa decisão de último recurso, e pedimos ajuda aos governos da Suécia e da Dinamarca”, acrescentou.
As mentiras dos patrões podem ser vistas até mesmo em texto. É óbvio que não fizeram tudo o que foi preciso, pois, a crise vem da própria especulação, das ações da Bolsa, e mais, essa classe escravocrata nunca se preparou para tudo que poderia acontecer – e que já aconteceu antes, em dezenas de vezes no último século.
A crise capitalista vinha se aprofundando, já antes do vírus baquear o mundo todo. Na verdade, desde 2008 a economia nunca se recuperou e os prejuízos aumentavam a cada dia. A Norwegian foi, como o restante do setor aéreo, atingida com força pela queda na demanda ligada à pandemia, apresentando uma dívida estratosférica que foi uma das pioneiras no transporte a baixo custo.
Ainda segundo a empresa, os trabalhadores da Noruega, França e Itália não serão afetados, mas a companhia saiu rapidamente se justificando, colocando que a ausência de um mecanismo efetivo de desemprego parcial nesses países foi o culpado.
Quer dizer, fica claro como a luz, que os ditos países onde vigora o neoliberalismo, o antigo “bem-estar” social, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, já não existe mais nada se não escravidão da classe trabalhadora. Ao contrário do que a esquerda pequeno burguesa defende, que alguns desses eram exemplo de luta contra o coronavírus, na verdade, podemos ver como trabalham essas “grandes” países capitalistas ao jogarem até mesmo o alto escalão das suas empresas, aqui os pilotos, no meio da rua.
O mercado, que segundo os liberais se auto regularia, agora culpa o Estado – mais uma vez. Sendo assim, o destino da terceira maior empresa aérea europeia de baixo custo está em grande parte nas mãos de seus credores. A falência inevitável levou os donos a propor aos credores uma conversão, total ou parcial, de dívidas e compromissos financeiros em ações. Uma assembleia geral extraordinária deve decidir sobre esta questão no próximo dia 4 de maio, mas, como será essa conversa se todas as principais Bolsas de Valores do mundo também estão em crise total?
É preciso denunciar que a empresa demite esses trabalhadores bem no meio dessa crise, comete um crime pois os trabalhadores não terão como arcar com o custo de vida, que, inclusive, aumentou com a especulação. Não há como esperar que a burguesia em fase de decadência, proíba as demissões durante a crise, o que seria uma política correta de um governo proletário, como fez, por exemplo, Maduro na Venezuela. Os trabalhadores precisariam ocupar a empresa para conquistar suas reivindicações.