Penny Lane

Nome de rua que inspirou canção dos Beatles pode ser alterado

A rua na cidade inglesa de Liverpool inspirou uma das canções mais famosas dos Beatles. Alegadamente o nome viria do traficante de escravos James Penny.

Na semana passada surgiu uma nova controvérsia a respeito do tema dos ataques aos monumentos e estátuas ligados ao racismo e à escravidão. Desta vez envolveu o nome de uma rua na cidade de Liverpool, Penny Lane, um nome famoso por ter sido inspiração de uma das canções mais notáveis dos Beatles.

Segundo relatos quatro placas em Penny Lane foram atacadas na noite de quinta feira, dia 11 de junho, uma delas pichada com tinta preta em cima do nome Penny e com a palavra “racista” escrita no muro atrás. O protesto foi realizado por manifestantes após circular a informação de que Penny Lane recebeu seu nome em homenagem a James Penny, um notório mercador e traficante de escravos morto em 1799. Na verdade esta informação se iniciou com o International Slavery Museum (Museu Internacional da Escravidão), que fez uma exposição com placas de ruas que receberam seus nomes de mercadores de escravos.

O prefeito de Liverpool, Steve Rotherham, declarou que seria aberta uma investigação para saber se de fato a rua havia recebido seu nome por causa de James Penny. Disse que em caso positivo haveria uma grande possibilidade de haver uma mudança de nome.

Alguns dias depois após uma consulta a especialistas do International Slavery Museum concluiu-se que James Penny não tem relação com Penny Lane. Provavelmente o nome tenha vindo do fato de que em tempos passados se pagava alguns centavos (pennies) para poder atravessá-la. O museu já retirou a placa de Penny Lane da exposição.

Penny Lane inspirou a canção escrita por Paul McCartney, uma música cuja letra traz observações nostálgicas sobre pessoas e eventos que aconteceram nesta rua em que Paul e seu amigo John Lennon costumavam passear na adolescência. A música foi lançada em um single com outra música extraordinária no lado B, “Strawberry Fields Forever” em fevereiro de 1967 e depois incluída no LP “Magical Mystery Tour” e hoje em dia gravada indelevelmente nas mentes de milhões de pessoas.

Agora parece claro que não haverá mudança de nome em Penny Lane. Mas e se a prefeitura tivesse feito isso? Haveria uma razão que justificasse esta atitude? O racismo diminuiria por causa deste fato? Evidentemente que não. Estas pautas identitárias servem apenas para desviar as pessoas da verdadeira luta

Penny Lane, por causa da música, é um dos locais mais visitados por amantes da música em Liverpool. Se o intento de mudar o nome da rua fosse aceito qual seria o próximo passo? Destruir os discos dos Beatles, queimá-los para evitar a lembrança do nome de James Penny? Esta tática revisionista trata apenas de aspectos superficiais do problema do racismo. Não impulsiona nenhuma verdadeira luta do povo e desvia da raiz do problema que é o problema do capitalismo. É o capitalismo o responsável pela desigualdade entre as classes e os sexos, a responsável pelo racismo.

No Brasil a polícia assassina centenas de pessoas por ano, em sua grande maioria negros. Assim fica evidente que a luta correta seria exigir o fim da polícia militar e de todas as outras polícias e forças de repressão.

Seria a mesma coisa que advogar a derrubada das pirâmides do Egito porque foi erguida por milhares de escravos. Ou o Coliseu em Roma, palco de lutas de escravos. Ou mesmo a Casa Branca e o Capitólio nos Estados Unidos que foram erguidos por escravos no século XVII. Assim querer atribuir a culpa pelo racismo a símbolos históricos significa um grande incompreensão dos movimentos identitários que no fundo acabam favorecendo a direita que não tem interesse algum em cultura e arte.

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