No momento em que estamos próximos de completar 100 mil mortos e cerca de 3 milhões de pessoas infectadas, em que batemos recordes seguidos de desempregados e famintos e com o maior rebaixamento salarial de todos os tempos, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), junto com outras “centrais sindicais”, convocou para a próxima sexta-feira, dia 7, o Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos.
Segundo proposta divulgada pela CUT,
A Central informou ainda que haverá outras manifestações articuladas entre as centrais e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.
De acordo com a secretária-geral da CUT, companheira Carmen Foro,
que acrescentou também que,
Dentre os eixos apresentados pelas entidades para a atividade, com o declarado intuito de “potencializar a Campanha ‘Fora, Bolsonaro’”, destacam-se as seguintes bandeiras:
- Repudiar a volta às aulas que prefeitos e governadores estão buscando impor;
- Exigir das autoridades os equipamentos de proteção individual e coletivo para os trabalhadores das categorias essenciais, em especial os da área de saúde;
- Lutar pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600,00, no mínimo, até 31 de dezembro de 2020;
- Exigir a ampliação das parcelas do seguro desemprego;
- Liberar crédito para as micro e pequenas empresas;
- Fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS);
- Agir para que o Congresso Nacional derrube os vetos presidenciais que impedem a garantia dos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras e seus sindicatos, por meio da ultratividade, dos acordos e convenções coletivas de trabalho.
Na orientação enviada às entidades cutistas, seus dirigentes, apontaram como propostas, além das paralisações de 100 minutos nos locais de trabalho, a “realização de ações simbólicas” nas principais cidades do Brasil denunciando a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia, indicando como sugestões a “instalação de cruzes brancas em locais de grande circulação de pessoas ou em pontos turísticos das cidades, circundando uma faixa (da cor preta) com a inscrição Fora Bolsonaro (em branco)”.
A iniciativa da maior e mais importante organização dos trabalhadores do País, significa um importante passo no sentido de quebrar a enorme paralisia que domina o movimento operário diante da política dominante na esquerda de colocar-se em “quarentena”, manter fechados os sindicatos e demais organizações dos trabalhadores e da esquerda, enquanto apoiava – de fato – a política reacionária dos governadores e prefeitos que, em sua maioria, se passavam , por oposição à Bolsonaro, mas que – na prática – são os executores de sua política e de todo o imperialismo e do grande capital nacional de deixar a população morrer (genocídio!) e “socorrer” os bancos e demais tubarões capitalistas.
Nesse sentido é preciso impulsionar a mobilização do dia 7, e trabalhar para que ela sirva para romper com essa política conciliadora. Para tanto, é preciso passar das “ações simbólicas” para ações efetivas de enfrentamento aos ataques do governo e em defesa das reivindicações dos explorados. É preciso superar a política reacionária das demais “centrais”, que não querem lutar pelo “Fora Bolsonaro”, seja por estarem dirigidas por setores da esquerda que defendem a “frente ampla” – a aliança com os golpistas que não querem derrubar o presidente ilegítimo (como Rodrigo Maia e FHC) – ou por setores vinculados aos patrões e à direita (como a Força Sindical e a UGT) que ajudaram a derrubar Dilma Rousseff e eleger Bolsonaro.
Nesse sentido, um dia só não basta. O dia 7 deve ser um ponto de partida e a CUT precisa passar a integrar a mobilização permanente que se realiza em todo o País pelo “Fora Bolsonaro”. Atos simbólicos e ações institucionais não servem para derrubar Bolsonaro e conquistar as reivindicações fundamentais diante da crise. Para tal é necessário organizar uma intensa campanha junto aos trabalhadores, convocando uma mobilização real.





