O governo Bolsonaro, através do ministro playboy Fábio Farias, genro de Silvio Santos, definiu que “vai privatizar os correios de qualquer jeito”. O que vem sendo anunciado desde o golpe de 2016 pelo governo Temer e se intensificou drasticamente com o atual governo, sob argumentos completamente mentirosos, que a empresa daria prejuízo, que o governo “não pode sustentar” empresas deficitárias e outras aberrações.
Em primeiro lugar, não existe nenhum argumento que justifique a venda de uma empresa estatal que emprega mais de 130 mil trabalhadores que sustentam aí, cerca de 500 mil pessoas, que atende num serviço essencial para a população pobre e trabalhadora do país entregando todo tipo de produto e realizando serviços, que é um verdadeiro patrimônio brasileiro.
Mas nesta semana, em uma live com “investidores” o ministro playboy, deixou mais uma vez claro o motivo de tanta “sanha” pela venda da empresa, ele afirmou que já há vários interessados em “ganhar” os Correios, como brasileiras Magazine Luiza e as multinacionais Amazon, FEDex e DHL, afirmando “e elas sabem que você recebe o bônus e o ônus também, mas é uma empresa saudável”, contradizendo inclusive o argumento do governo de que seria uma empresa deficitária e “um fardo” para o Estado.
Na verdade, o que explica a presença do Fábio Farias no governo é o mesmo que explica a pressa em vender a empresa, permitir que os capitalistas nacionais e, principalmente, internacionais aumentem seus lucros às custas do povo brasileiro, que no caso dos Correios, é um patrimônio construído há centenas de anos pelo “suor” dos trabalhadores da empresa e que estes capitalistas que são verdadeiros carniceiros querem se apossar sem gastar “nem um centavo”.
O histórico das privatizações feitas desde a famigerada era Fernando Henrique Cardoso, meados dos anos 90, mostrou que a direita entrega o patrimônio nacional à burguesia, com todas as benesses, sob um valor muitas vezes inferior ao valor da empresa, inclusive emprestando o dinheiro através dos bancos públicos, concedendo prazos e condições amplamente facilitadas que são mais ônus que ficam “nas costas” dos trabalhadores brasileiros.
No final das contas a privatização dos Correios é simplesmente uma mega transferência de recursos do povo brasileiro para capitalistas, quase sempre internacionais, que não precisarão investir nada nem na compra, nem depois, pois já receberão um patrimônio gigantesco com milhares de equipamentos, imóveis, centenas de anos de uma expertise no serviço desenvolvida pelos trabalhadores que serão rapidamente demitidos em massa para que a se contrate trabalhadores recebendo salários bem menores. É um verdadeiro “negócio da China” em solo brasileiro.