Nessa segunda-feira (03), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocou um ato em frente a uma das entidades que organizaram e financiaram o golpe de estado em 2016, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), onde o presidente ilegítimo e fascista Jair Bolsonaro iria almoçar com grandes empresários do País.
O ato foi convocado em conjunto com centrais sindicais que representam a política dos patrões como a Força Sindical, UGT, CSB, CGTB e outras que sempre foram a favor do golpe da direita e são a favor de Bolsonaro, divergindo em questões pontuais, como o fim do imposto sindical.
Essa aliança resultou na palavra de ordem “contra Bolsonaro” e não pelo Fora Bolsonaro, palavra esta que está em todos os locais de trabalho e aglomerações de pessoas. Apesar de ser popular, quase toda a esquerda se recusa a propagandear a palavra de ordem Fora Bolsonaro e toma a decisão de apenas se colocar contra Bolsonaro, seus ministros e sua política de destruição da economia nacional e os trabalhadores.
A palavra de ordem “contra Bolsonaro” é muito genérica e não quer dizer muita coisa. Não propõe uma saída para o governo Bolsonaro e dá a entender que apesar de ser contra Bolsonaro, ele poderia ficar até 2022. Falta um conteúdo para canalizar e orientar a classe trabalhadora que está descontente com o governo do golpista e fascista Jair Bolsonaro e quer a sua queda.
Após todo o processo de golpe, fraude nas eleições e um ano de ataques do governo Bolsonaro, está mais do que na hora de propor uma saída para os trabalhadores que não seja aguardar novas eleições e que ninguém sabe se haverá outro golpe como ocorreu nas eleições de 2018 ou que a situação seja a mesma da Bolívia, onde o presidente Evo Morales ganhou as eleições com mais da metade dos votos e a direita deu um golpe militar.
Os trabalhadores não aguentam mais e a palavra de ordem para agitar e organizar os trabalhadores e a população explorada é o Fora Bolsonaro. Como vimos durante todo o ano de 2019, em qualquer aglomeração de pessoas surgia um coro de “fora Bolsonaro” ou “Ei, Bolsonaro, vai tomar no …” e que em 2020 está mais do que claro o amplo repúdio a Bolsonaro. A palavra de ordem para os trabalhadores deve ser simples, clara e direta, ou seja, Fora Bolsonaro!
Atos contra o governo são comuns em qualquer época e lugar do mundo. Mas a qualidade deles é o que faz a diferença. Um ato genérico que levanta uma palavra de ordem genérica de “contra Bolsonaro” ou contra qualquer outro governo, é uma coisa. Um ato que levanta claramente a palavra de ordem Fora Bolsonaro ou fora qualquer outro presidente, é outra coisa completamente diferente: esclarece o povo de que a única saída é derrubar o governo, e não fazer “resistência” a ele, sustentando-o até as próximas eleições.
A esquerda ainda vacila e propõe teses de que Bolsonaro estaria fortalecido, que a população apoia o fascista, ignorando as ruas e a vontade dos trabalhadores, uns de maneira ingênua e outros fazem com um oportunismo eleitoral.
É preciso parar de vacilações e organizar um grande movimento pelo Fora Bolsonaro para derrotar todos os ataques aos trabalhadores e ao direito da população e a entrega das riquezas nacionais para o imperialismo.