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De volta ao lar

Mulheres no mercado de trabalho é a menor em 30 anos

A direita quer usar a crise e o desemprego entre as mulheres para justificar a escravidão do lar. Precisamos denunciar a estratégia da direita para tirar as mulheres do trabalho!

Após meses de crise sanitária do coronavírus, uma questão sobre o trabalho foi esclarecida. Durante a pandemia é evidenciada uma alta agravante do desemprego em todos os lugares, porém, outro padrão se demonstrou verdadeiro em relação as diferenças dos postos de trabalho entre homens e mulheres. As mulheres ocupam menos postos de trabalho e perdem seus lugares no mercado de trabalho mais facilmente.

Segundo pesquisa do Ipea, a participação das mulheres no mercado de trabalho é a menor dos últimos 30 anos. Algumas hipóteses buscaram explicar o fenômeno da retirada das mulheres do trabalho. Uma dessas hipóteses levanta a possibilidade de que as mulheres representem a maioria dos postos de trabalho em setores da economia mais afetados pela crise, algo muito interessante, dado que as mulheres foram empurradas para certas profissões.

Outra contribuição para o problema seria a questão do trabalho doméstico, que aumentou drasticamente durante a pandemia, por conta do fechamento de creches, escolas, etc. A abordagem do tema gira entorno do fato de que as mulheres tomaram conta de um papel dentro do lar, ou seja, para eles as mulheres escolheram cuidar de suas famílias em detrimento do emprego. O que é obviamente equivocado e malicioso. Em certa medida, há uma propaganda para que todos os membros da família se ocupem do lar.

Mas os absurdos não param por aí, a última proposta para explicar a “saída” das mulheres dos empregos é que as mulheres foram mais beneficiadas pelo auxílio emergencial do governo, dado que algumas mulheres receberam o valor dobrado, 1200 reais. Essa colocação ignora completamente o fato de que o auxílio em si tem um valor irrisório que não substitui a renda de uma família, famílias essas que muitas vezes necessitam do trabalho de todos os seus membros para a mínima sobrevivência.

É importante ressaltar que a exclusão da mulher do mercado de trabalho não é um simples infortúnio, os setores que a maioria das mulheres ocupam os postos de trabalho são mais frágeis, como os setores de serviço, comércio, etc. Também, a realidade da dita “dupla jornada” das mulheres é exposta de forma muito parcial, sempre visando ocultar a real imposição do papel no lar à mulher, uma verdadeira escravidão, como se fosse possível as mulheres da classe trabalhadora escolher.

Precisamos denunciar amplamente que a persistência e o aprofundamento do desemprego das mulheres configuram um ataque da direita e da burguesia contra as mulheres e seus direitos. Nesse aspecto se coloca a importância da luta política contra o golpe e o fascismo. Lutar contra o fascismo, o principal inimigo das mulheres e contra o governo fruto do golpe que o representa! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

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