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Despejos

Movimentos de moradia denunciam remoções durante a pandemia

Justiça de São Paulo, sempre a serviço dos poderosos, se mostra implacável e insensível aos oprimidos e despeja mais de 2 mil famílias em plena pandemia.

Ao contrário do que prega a esquerda burguesa e pequeno burguesa, a pandemia não tem sido tempo de união, mas tempo de ataques do aparato direitista contra a classe trabalhadora. Movimentos de luta pela moradia do estado de São Paulo denunciaram à Organização das Nações Unidas (ONU) a execução de 12 ações de remoção coletiva durante este período. Mais de 2 mil famílias foram afetadas. A situação tende a piorar, pois há mais 6 ações de reintegração de posse já emitidas.

No documento, os movimentos pedem ao Tribunal de Justiça a suspensão dos despejos e remoções coletivas. O Conselho Superior da Magistratura do tribunal, como esperado, declinou o pedido e sua argumentação tornou-se uma nota técnica para embasar as decisões dos magistrados. Tem-se, aí, a prova definitiva e definitória de que a justiça burguesa é, na sua natureza e na sua ação, inimiga do povo e não tem lugar em uma sociedade justa de fato.

Os movimentos pela moradia erram em dois pontos, também comuns à maioria dos setores de esquerda. Primeiro, deveriam mobilizar as pessoas atingidas contra o aparato judiciário da burguesia e o governo direitista de João Dória, que endossa completamente o ataque aos mais necessitados. Segundo, não deve confiar no judiciário, um órgão reacionário e que atende majoritariamente aos interesses das classes dominantes.

A esquerda e os movimentos sociais não devem apostar, nem por um segundo, no aparato do estado burguês, pois este dá mostras, reiteradamente, de que age contra a classe trabalhadora, especialmente mulheres, negros e crianças, os setores mais vulneráveis. Estes órgãos de repressão e censura são controlados, de forma quase total, pelos elementos mais direitistas e reacionários da nação.

A direita, representante política da burguesia e do imperialismo, usa a pandemia como cortina de fumaça para o ataque aos trabalhadores. Os despejos e remoções coletivas neste momento de total inércia da esquerda não são mero acaso, mas uma suja jogada oportunista da classe dominante.

Alguns dos casos de reintegração de posse são resultado direto da falta de assistência do estado no atual período. Na Avenida Rio Branco, zona central de São Paulo, um grupo de 20 famílias está ocupando apartamentos em um prédio devido a terem perdido sua renda devido ao isolamento social. As pessoas temem, já sem renda alguma, serem jogados nas ruas com seus filhos e idosos.

Portanto, diante da situação, não há condições de esperar clemência da justiça e do estado burguês. Pelo contrário, deve-se mobilizar a população atingida para derrubar a política genocida implementada pela direita, especialmente, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro.

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