À luz da crise econômica intensificada pela pandemia do coronavírus, a montadora de carros francesa Renault encontra-se em meio à grande rombo financeiro. Para sobreviver este momento, a empresa pede um empréstimo de 5 bilhões de euros ao governo francês, o que equivale a, aproximadamente, 29.352.000.000,00 reais.
Ao mesmo tempo, sua parceira Nissan considera acabar com mais de 20.000 empregos, o que representa cerca de 15% de seus trabalhadores. Ademais, a empresa procura retrair suas atividades na Europa, focando suas operações nos Estados Unidos, China e Japão. Todas essas medidas representariam um corte de cerca de 2.8 bilhões de dólares para a gigante japonesa.
Enquanto isso, na Inglaterra, a Rolls-Royce está em vias de demitir mais de 9.000 funcionários, o que representa cerca de 17% de toda a sua força de trabalho. A pandemia do coronavírus diminuiu exponencialmente a atividade das empresas de transporte aéreo. Por esse motivo, a gigante do ramo do transporte aeroespacial civil tem observado enormes quedas em sua atividade financeira, já que ganha comissão por cada hora que um de seus motores é utilizado. Para a empresa, esse corte representaria um ganho de 1.3 bilhões de libras anuais, cerca de 8.587.376.903 reais.
É a clássica resposta da burguesia para uma recessão financeira: ao invés de usarem suas enormes fortunas para amenizar os efeitos da crise para os trabalhadores, fazem com que eles paguem. Afinal de contas, o que é a vida de um trabalhador perto de todo o dinheiro que o grande empresariado pode perder?
Os grande capitalistas alegam simplesmente não ter dinheiro suficiente para sustentar grandes perdas financeiras, direcionando todos os seus esforços para a contenção de danos em seus lucros. E o pior de tudo é que, na maioria das vezes, o governo também está alinhado com seus interesses. Por conseguinte, utiliza bilhões de dólares provenientes dos contribuintes fiscais para solucionar os problemas destas grandes empresas. É o que vimos durante a crise financeira de 2009. Citando um exemplo, a União Europeia deu quantidades exorbitantes para que bancos não fechassem suas portas. Todavia, estes mesmo bancos encontram-se, mais uma vez, em meio a grandes apuros fiscais, o que ressalta o caráter inteiramente paliativo dessas medidas.
É simplesmente inaceitável que o estado se coloque à disposição da burguesia. Ele tem o papel primordial de fornecer amparo à sua população. Nesse sentido, é dever do estado estatizar toda e qualquer empresa que não consegue se sustentar em meio à crise. Afinal de contas, estas perdas devem ficar inteiramente nas mãos dos empresários, não é o trabalhador que deve pagar. Por esse motivo, devemos lutar por um governo proletário. Somente os trabalhadores representarão, verdadeiramente, seus interesses. É simplesmente irrefutável que a burguesia governa para ela própria.
Portanto, agora mais do que nunca, em meio à uma pandemia que tem se mostrado avassaladora, são os trabalhadores que devem tomar o poder e pôr fim, de uma vez por todas, ao aparato imperialista que ceifa milhares de vidas todos os dias.