Para se salvar da crise, a burguesia é capaz de tudo, até mesmo vender obras que são de patrimônio mundial. Seguindo um exemplo dado em novembro de 2017, quando um trabalho desconhecido de Leonardo da Vinci, “Salvator Mundi” foi vendido em Nova York por U$ 450,3 milhões, um empresário francês propôs que a obra mais famosa do mundo, propriedade da humanidade, seja vendida para pagar a crise do coronavírus na França.
Segundo Stéphane Distinguin, CEO da empresa de tecnologia Fabernovel, a Mona Lisa seria vendida por no mínimo 50 bilhões de euros, e ajudaria a arcar com as despesas do país no enfrentamento da pandemia de COVID-19.
Stéphane alegou em entrevista na revista Usbek & Rica que: “Uma pintura é fácil de mover e, portanto, entregar. E a França possui muitas obras de arte. Estimo que levaria pelo menos 50 bilhões de euros para adquirir a Mona Lisa. Disseram-me que minha estimativa estava supervalorizada, até exagerada.” e contínua “Como empresário, sei que esses bilhões da crise financeira não são inventados e que nos custarão. Uma solução óbvia é vender um artigo valioso pelo preço mais alto possível, mas que seja o menos crítico possível para o nosso futuro. ”
A obra renascentista de 1503 é o retrato mais famoso na história da arte, senão, o quadro mais famoso e valioso de todo o mundo. Poucas outras obras são tão controversas, questionadas, valiosas, elogiadas ou reproduzidas no mundo. A obra de Da Vinci é de propriedade mundial, e não deve ser moeda de troca dos capitalistas para salvar seus próprios bolsos durante a crise.
Mona Lisa está exposta no museu do Louvre, em Paris, o mais visitado do mundo. Em 2019 foram mais de 9 milhões de visitas, e 80% dos visitantes tem como objetivo conhecer a obra de Da Vinci. A burguesia para se salvar da crise não mede esforços, seja matar a população de fome, ou vender uma das obras mais valiosas do mundo para qualquer colecionador deixar pendurado na parede da sala de uma de suas mansões. Ignorando que Mona Lisa faz parte da história da arte mundial, e não se resume a uma moeda de troca dos capitalistas para salvar suas contas bancárias durante a crise.
Que os grandes capitalistas e banqueiros sejam expropriados e paguem pela crise do Coronavírus que eles mesmos criaram, e não rifem patrimônios artísticos da humanidade!