Uma pesquisa produzida pelo Poder 360 aponta o ex-presidente Lula em segundo lugar nas intenções de voto para 2022, com 21%, atrás do presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, com 35% de acordo com o levantamento. Entre os políticos da direita centrista, o ex-ministro Sergio Moro foi teve a preferência de 11%, seguido pelo também ex-ministro do gabinete de Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), que aparecem respectivamente com 5%, 4% e 3%. Para o segundo turno, Lula e Bolsonaro estariam empatados, com 41% cada (brancos, nulos e indecisos somam 18%), e o atual presidente ganhando dos demais eventuais candidatos.
Com as devidas ressalvas, necessárias quando falamos de pesquisas de opinião realizadas sem o controle de organizações operárias, o fato é que só Lula tem base social para participar das eleições de 2022 com chances de vencer a disputa e abrir uma crise imensa na política golpista que o País vive desde 2016. Nesse sentido, o desempenho apontado tanto pelo empate entre os dois quanto pela vitória mais ou menos confortável de Bolsonaro em relação a candidatos oriundos da esquerda pequeno-burguesa, como Haddad (PT), Flávio Dino (PCdoB) e Boulos (PSOL), ilustra o desenvolvimento da luta de classes no Brasil, cada vez mais acirrada e dirigindo-se para confrontos ainda mais contundentes.
O fenômeno é também um lembrete de que discursos inflamados, supostamente radicais, ideias abstratas e todo o arsenal conhecido, utilizado pela esquerda pequeno-burguesa para compensar sua falta de apoio popular real, empolgam menos a população do que os formuladores das tradicionais “táticas geniais” pensam.
Esse aspecto é perceptível também quando observamos o comportamento da direita, cuja ala centrista permanece em profundo descrédito, ao contrário de Bolsonaro, que segue como o único com uma base social real, mesmo diante da total devastação produzida pela política genocida do golpista. Discurseiras vagas valem cada vez menos ao amplo conjunto da população, conforme a polarização se intensifica.
Nesse sentido, vale a lembrança da eleição de Bolsonaro e sua manutenção na presidência. É perceptível que a burguesia não quer o fascista, porém, aceita qualquer coisa para não ter outro presidente com base social real, especialmente a base que dá força a Lula, popular e trabalhadora. Por isso, mais do que nunca, a importância da esquerda se unir, não em torno de generalidades mas pela eleição do único que consegue derrotar o golpe e estabelecer um novo patamar na correlação de forças: o ex-presidente Lula.