Os cantores Arnaldo Antunes e Nando Reis e a banda Titãs manifestaram, nas redes sociais, o seu repúdio pelo uso de sua música “O Pulso” num vídeo de propaganda do governo Bolsonaro convocando seus seguidores para uma manifestação no dia 15 de março próximo.
A música foi composta por Arnaldo Antunes, Tony Bellotto e Marcelo Fromer e gravada para o LP “Õ Blésq Blom” de 1989.
Antunes está notificando judicialmente o filósofo terraplanista Olavo de Carvalho, responsável por dois vídeos de propaganda de Bolsonaro, que se utilizou da música sem autorização dos autores e para um uso que vai contra os princípios e convicções dos integrantes dos Titãs.
No primeiro vídeo Olavo usou imagens da suposta facada em Bolsonaro e sua recuperação no hospital usando um tom dramático dizendo que “ele quase morreu por nós”. No segundo vídeo utilizou imagens de ministros do STF e de vários parlamentares de esquerda para compor um retrato de um congresso corrupto e um STF que deveriam ser fechados. A música dos Titãs foi utilizada ao fundo deste segundo vídeo.
Estes vídeos foram divulgados em grupos de WhatsApp pelo próprio Bolsonaro, causando reações em diversos setores da sociedade, incluindo declarações de ministros do STF como Celso de Mello e mesmo políticos da direita como Rodrigo Maia, João Dória e Ciro Gomes, que se mostraram contrários aos ataques às instituições.
Reações contra Bolsonaro e sua política direitista não são exclusivas da classe política. Desde a campanha eleitoral de 2018 diversos representantes da classe artística vem demonstrando sua rejeição à figura de Bolsonaro e suas ideias fascistas, desde atores como José de Abreu, Patricia Pilar, Maria Ribeiro, Letícia Sabatella, Maria Casadeval e Alessandra Negrini a músicos como Chico Buarque, Gilberto Gil, Marcelo D2, Criolo, Gal Costa, Zeca Baleiro, Pabllo Vittar, Zélia Duncan e Daniela Mercury.
Bolsonaro tem perdido apoio até mesmo dentro do seu núcleo duro, que o apoiava desde antes das eleições. Dentre estes arrependidos figuram nomes como Lobão, Danilo Gentili e o cantor Fagner, que agora correm para desvencilhar seus nomes do presidente.
Isso tudo só sinaliza uma coisa: que o número de apoiadores de Bolsonaro vem diminuindo a cada dia e que todas as pesquisas da mídia tradicional são manipuladas. Uma das últimas pesquisas, feita pela CNT/MDA, divulgou um crescimento na taxa de aprovação do governo, que supostamente seria de 41% em agosto de 2019 para 47,8% em janeiro de 2020, algo completamente fora da realidade.
Por tudo isso é urgente que a população venha demonstrar nas ruas o seu descontentamento com o atual governo. Para se contrapor à manifestação que Bolsonaro convocou para o dia 15 de março, a CUT convocou um ato para o dia 18 de março, uma quarta feira. Será o “Dia Nacional de Luta em Defesa do Serviço Público, Estatais, Emprego e Salário, Soberania, Defesa da Amazônia e Agricultura Familiar”. Ou seja: Fora Bolsonaro!





