O período de pouco mais de um mês marcou o início de um novo mandato na Secretaria Especial de Cultura, o mandato de Mario Frias à frente da pasta. Nesse posto muitos foram demitidos por não serem capazes de fazer o que ele tem concretizado com empenho e dedicação exclusiva: a destruição das instituições culturais e do incentivo à Cultura.
Alguns acontecimentos tiveram a interferência direta de Frias, como a exoneração de Odecir da Praia Costa, um reconhecido conhecedor dos mecanismos da Lei Rouanet e o pedido de “entrega das chaves” da Cinemateca Nacional feito, segundo a Fundação Roquette Pinto, em que “…não houve respeito ao direito à ampla defesa e ao contraditório…”. E além, está fechada e com montante da ordem de 14 milhões de reais a ser pago pelo Governo Federal aos administradores.
Enquanto isso, a direita tradicional de São Paulo, ou seja, Bruno Covas e João Dória apoiam à conta gotas a instituição por meio do programa SPCine criado em 2015 na gestão do Prefeito petista Fernando Haddad, com propósitos claros de melhorar sua repercussão na opinião pública sob o viés eleitoral. Do outro lado do embate, em réplica, o Governo alega vitória pela aprovação de auxílio para cultura, que será praticamente exclusivo de pessoas físicas e com o mesmo valor do auxílio emergencial dados aos trabalhadores. A tréplica por parte da direita “civilizada” é que a “conquista” foi de sua autoria contra o governo. Uma série de piadas de mal gosto!
Pelo lado da esquerda pequeno-burguesa temos as velhas reações de esperança fantasiosa e desespero fatalista. Porém, é preciso esclarecer que a “essência” do problema não está na atitude mais ou menos “louca” dos ministros bolsonaristas, mas no seu alinhamento ideológico com Bolsonaro e seu projeto fascista de destruição nacional, e mais importante, com a sua capacidade política de levar a cabo as tarefas desse projeto. Em resumo, o problema caminha em direção à resolução com a saída de Bolsonaro, e quanto mais durar a verdadeira ditadura do Governo Militar de Jair Bolsonaro, maior serão os danos às organizações culturais pequenas e médias, em especial, as mais populares com baixo potencial de lucro financeiro.
Em posição diametralmente oposta estão as parcelas mais privilegiadas do setor de Cinema, que terá um verdadeiro investimento capitalista por meio do BNDES. Como podemos apostar, isso só servirá para executar a manutenção dos lucros dos grandes capitalistas, deixando desamparados os pequenos produtores, distribuidores e exibidores, com pequena menção de projeto “de enfeite” destinado ao último grupo, tolhendo-os as oportunidades de livre iniciativa e refortalecendo os parasitas já consolidados do mercado cinematográfico.
Enfim, um desfecho positivo na esfera social geral, inclusa a cultura, só é possível por meio da política popular e operária que clama massivamente pelo Fora Bolsonaro!





