O contágio dos jovens pelo novo Coronavírus é alto no Espírito Santo, assim como é em grande parte do País. Embora a média de idade dos contaminados seja de 29 anos, idade de uma juventude trabalhadora e economicamente ativa, as medidas para assegurar a segurança do trabalho são escassas, como ressalta o Sinpro-ES.
A suposta preocupação da imprensa, da justiça e das empresas sobre o contágio, nada é efetivamente feito e a reabertura do comércio, da indústria e demais setores é total.
Apesar do recurso feito à justiça do estado feita pelo Sindicato dos Professores do estado para tentar parar a volta às aulas, em apenas cinco dias, o Sinepe, sindicato patronal das escolas privadas do estado conseguiu junto à procuradoria do estado a revogação e a autorização para reabertura de todos os níveis de ensino da rede privada.
A argumentação seria de que os jovens estão se contaminando por conta do desrespeito às regras de isolamento social e cuidado sanitário, porém, nenhuma grande campanha de esclarecimento foi feita para ressaltar e afirmar as necessidades básicas para evitar o contágio, muito menos foram dadas condições financeiras de trabalho e de estudo aos jovens trabalhadores.
Nesse sentido, a questão da volta às aulas é uma intensificação dessa política assassina de sacrificar os jovens sobre o pretexto de que não se pode controlá-los. Desconsidera-se então o “clima de normalidade” que foi massivamente difundida pela imprensa capitalista desde as primeiras tentativas de reabertura na pandemia. Trata-se de uma grande campanha de culpabilização da juventude e do seu estilo vida apoiada na visão conservadora da sociedade e que é reproduzida pela direita contra os jovens.
Para demonstrar a preocupação da direita com a juventude, em plena alta de contágios, pretende-se reabrir todos os níveis da educação privada que, como bem sabemos, antecede a abertura irrestrita de todas as escolas, e com isso, o aumento de contágios da juventude e da população em geral. Esta é a receita de bolo da direita em todos os lugares e que mais cedo ou mais tarde se concretiza.
É claro que, à exemplo da educação privada, todas as condições de funcionamento na pandemia são vagas. Não há grande fiscalização e a própria celeridade do processo de liberação denota a fraude das supostas condições adequadas de trabalho. Estes são os principais motivos para a contaminação da juventude trabalhadora e da sociedade em geral.
É preciso denunciar as condições insalubres de trabalho em meio à pandemia que afetam a juventude trabalhadora e organizar a luta por melhores condições de trabalho, e se possível, para que se possa cumprir o isolamento social e seguir às orientações de saúde e higiene sem que isto afete as condições de vida. Também é preciso lutar contra o avanço da reabertura das escolas e universidades e contra a campanha promovida pela direita contra a juventude, volta às aulas só com a vacina.
Precisamos dispor de todos os meios para fazer avançar as reivindicações dos trabalhadores jovens e da juventude em geral na luta contra direita.