Nesta terça-feira (22), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro durante seu discurso na Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), atacou duramente as populações de posseiros, agricultores familiares e indígenas.
Em meio a polemica causada pelas proporções gigantescas dos incêndios no Pantanal e na Amazônia, o fascista Jair Bolsonaro se aproveitou da tribuna para atacar os indígenas e populações tradicionais afirmando que são os responsáveis pelos incêndios florestais.
“Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”, disse Bolsonaro.
As declarações de Bolsonaro escondem os verdadeiros culpados pelos incêndios, que não tem nenhuma relação com os pequenos agricultores, indígenas ou questões climáticas. É evidente que os incêndios têm relação com os latifundiários e grileiros de terra, e os dados somente vem confirmar essa afirmação.
A dimensão dessas queimadas não ocorre de forma natural, mesmo com o clima extremamente favorável, sendo o Pantanal passando pela maior seca dos últimos 50 anos. Um bom exemplo foi o que ocorreu no ano passado. Em 2019, a Amazônia Legal (que está em terras brasileiras), passou pelos maiores incêndios de décadas devido a ação dos latifundiários e do governo Bolsonaro.
No dia 13 deste mês, a Ambiental Media lançou o projeto Cortina de Fumaça, para mostrar a origem dos incêndios florestais e o tamanho da propriedade onde se iniciaram esses focos de incêndios e constatou que o responsável pelos incêndios na Amazônia em 2019 foram os latifundiários. Segundo o estudo, Propriedades rurais de médio e grande porte respondem por 72% dos focos de calor ocorridos em 2019. No primeiro trimestre de 2020, 50% das queimadas aconteceram em fazendas médias e grandes e apenas 10% em pequenas propriedades, segundo nota técnica do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).
Também em 2019, ocorreu o chamado Dia do Fogo na Amazônia, um dia organizado pelos latifundiários para atearem fogo na floresta e causarem um incêndio de proporções nunca antes vista na região. Um movimento conjunto para destruir e grilar grandes áreas públicas e impossibilitar qualquer movimentação para combater os incêndios devido as proporções.
No Pantanal está ocorrendo a mesma coisa. Latifundiários estão organizando da mesma forma a sua destruição e grilagem, tanto que até a Polícia Federal está fazendo demagogia e encenação sobre a investigação de incêndios criminosos realizados por latifundiários. Chegaram a 5 latifundiários que destruíram mais de 30 mil hectares de uma área de preservação no pantanal mato-grossense.
Os mais de 3 milhões de hectares incendiados no Pantanal não ocorrem de maneira natural e muito menos dos pequenos agricultores e indígenas, cuja a ação é extremamente limitada. O Pantanal possui uma das maiores concentrações fundiárias do Brasil.
Cerca de 97% da área do Pantanal está nas mãos da iniciativa privada e chega ao absurdo de apenas 12 propriedades possuem 8% da área total, sendo 94% das terras privadas do Pantanal estarem nas mãos de grandes proprietários de terra, ou seja, os incêndios ocorrem devido a ação criminosa dos latifundiários.
A afirmação de Jair Bolsonaro somente não é mais falsa que as eleições que o elegeram. Os incêndios ocorrem devido a sua política de incentivo a grilagem de terras, colocar os militares para esconderem os crimes do latifúndio e destruição do orçamento e da política de prevenção e combate aos incêndios florestais que ocorrem todos os anos.