A imprensa capitalista nacional lança mão agora e uma vez mais de sua recorrente campanha de calúnias e falsas acusações contra as torcidas organizadas, que são verdadeiras organizações populares e operárias no Brasil. Uma campanha de terror, cujo sentido é a perseguição política destas organizações do povo; tão maior é a campanha, quanto mais intensa torna-se a luta de classes no país.
Um dos principais jornais da extrema-direita brasileira, o Gazeta do Povo, cujos articulistas constituem parte fundamental da escória bolsonarista; fascista na imprensa, publicou em seu sítio, na última segunda-feira (02), uma matéria com o seguinte título: “Os laços das organizadas com o tráfico de drogas e facções criminosas”. A operação realizada pela extrema-direita é simples: classificar as torcidas organizadas como parte e extensão do crime organizado para passar à repressão policial e o desmonte destas.
Evidentemente, que os argumentos desta campanha, se assim os podemos classificar, expresso na referida matéria e na imprensa em geral que veicula a mesma campanha, não passam de calúnias, de absurdos, de impropério, mesclados com o preconceito de classe e o profundo racismo da direita e da extrema-direita, que não são capazes de disfarçar. É tão e somente uma campanha perseguição política.
As torcidas organizadas são como é sabido, grandes organizações que agrupam milhões de trabalhadores, notadamente a população pobre, negra, dos bairros operários, das favelas etc. Ou seja, as torcidas organizadas são organizações de massas dos trabalhadores e da população pobre e nesse sentido transcendem até mesmo seu objetivo primeiro, o esporte, tornando-se um importantes instrumentos de lutas dos trabalhadores; da população pobre contra seus inimigos, não apenas no que diz respeito ao esporte, que é profundamente atacado pela burguesia, mas em geral.
Esse caráter de organização de luta dos trabalhadores que as torcidas organizadas acabam adquirindo pela predominância das massas operárias e trabalhadoras nela presentes, mostrou-se em vários momentos da história do país, na luta contra o racismo, pela democracia, etc., mostra-se também agora no momento de profunda crise social em que as massas trabalhadoras enfrentam terríveis golpes desferidos pela burguesia; pela extrema-direita…
Ante a paralisia da esquerda pequeno-burguesa e das direções da classe trabalhadora, as torcidas organizadas, como organizações de base dos trabalhadores, não se omitiram; entraram em campo e mostraram o caminho da luta. Um ato das torcidas organizadas, em que se destaca a presença da Gaviões da Fiel e de torcidas antifascistas do Palmeiras, Santos, São Paulo entre outras, ocorrido no último domingo (01) na Avenida Paulista em São Paulo, colocou para correr a extrema-direita bolsonarista e levou para as ruas a palavra de ordem de Fora Bolsonaro. Foi uma vitória do movimento popular, cujo, significado na psicologia das massas trabalhadoras e da esquerda em geral foi profundo.
A burguesia, que vê os movimentos das massas em perspectiva, se alarmou com a entrada na cena política, não da esquerda, mas dos próprios trabalhadores, da população operária, da população pobre, organizados em torno dos seus clubes.
Esse é o significado da campanha, assim como a burguesia vê no sindicato uma ameaça a sua dominação, vê também nas torcidas organizadas um enorme potencial de mobilização e luta, por isso luta desesperadamente para dissolvê-las, torná-las ilegais. Daí a campanha racista e reacionária da burguesia em vincular as organizadas ao crime, a violência etc., tudo para justificar a perseguição política das organizações de trabalhadores que impulsionem pelos seus interesses.
Abaixo a perseguição as Torcidas, organizações massas do povo trabalhador.